Globo detona abuso de autoridade de Moro

A revista Época, da Globo, trouxe este fim de semana uma reportagem denunciando que os abusos do juiz Sérgio Moro são recorrentes e vêm de longa data. Sob o título “O homem mais grampeado do mundo”, o semanário conta a história do empresário uruguaio Rolando Rozenblum Elpern, então morando em Curitiba, que, no ano de 2004, teve os telefones grampeados ilegalmente pelo magistrado pelo incrível período de dois anos, um mês e 12 dias.

A publicação da Globo explica que a lei brasileira permite interceptações no prazo de até 60 dias ou, “na última hipótese, quando haja decisão exaustivamente fundamentada”.

A história contada pelo repórter Danilo Thomazi, que entrevistou o “foragido de Moro” em Punta del Este, no Uruguai, até mereceria virar roteiro de cinema se não fosse a omissão dos criminosos grampos do juiz da lava jato nos telefones da presidenta eleita Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. Em 2016, esse fato acelerou o golpe de Estado e mergulhou o país na atual crise política, econômica e social. (Moro remeteu as escutas ilegais para a Globo).

Época conta ainda que o abuso de autoridade de Sérgio Moro foi contido pelo Superior Tribunal de Justiça, que anulou todo o processo por corrupção passiva e a condenação de Rozenblum. No entanto, o Ministério Público Federal recorreu da decisão e o caso, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, vai em breve à julgamento no STF.

Também estavam na “Operação Pôr do Sol”, há 14 anos, os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior.

A reportagem também resgata que Moro foi o juiz responsável pelo caso Banestado que “resultou em 687 denúncias, bloqueio de US$ 17,3 milhões e 18 acordos de delação premiada.” É dessa safra que surgiu outro personagem de “estimação” da lava jato: o doleiro Alberto Youssef.

Economia

Acerca desse escabroso “Caso Banestado”, a exemplo do que ocorre na lava jato, Moro recuperou muito pouco — ou quase nada — depois de investigar as célebres contas CC5 (Banestado), em cujo caso também atuou o juiz federal Sérgio Moro. Nesse escândalo, calculou-se 134 bilhões de dólares evadidos do país (R$ 500 bilhões).

Na lava jato, a força-tarefa jura que durante toda a operação devolveu à Petrobras R$ 1,47 bilhão, mas, em decorrência das ações pirotécnicas, a estatal de petróleo fez acordo para devolver aos fundos abutres de Wall Street R$ 10 bilhões, qual seja, 6,5 mais do que diz ter recuperado.

Clique aqui para ler a reportagem de Época

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