Reitor da UFPR critica PF pela “demonização” das universidades públicas

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, criticou nesta quarta-feira (20) a Polícia Federal pela tentativa de demonizar as universidades públicas brasileiras.

“Olhando o que aconteceu desde a UFRGS no fim do ano passado, na UFSC em setembro desse ano e finalmente agora na UFMG, a gente percebe que existe um padrão, e é isso que começa a assustar”, denunciou o reitor da UFPR, cuja instituição também foi alvo de uma dessas operações “padrão” da PF no âmbito da Operação Research.

Ricardo Marcelo explicou que na Operação Research foram presas algumas pessoas, e essas que foram presas depois a investigação mostrou que de fato estavam envolvidas com as irregularidades. “Acho que os problemas têm que ser corrigidos, mas condução coercitiva é uma forma de privação de liberdade, é algo muito violento e muito sério”, opinou.

Em recente conversa com o Blog do Esmael, o reitor da UFPR sugeriu que a padronização dessas operações da PF contra as universidades esconde uma motivação ideológica, mais do que a vontade de lutar contra supostos corruptos. “Eles sabem que as universidades públicas são dirigidas por pessoas de esquerda, por isso o estardalhaço na mídia”, afirmou.

“Eu quero crer, claro, que isso não esteja ligado a um projeto de desvalorização consciente que se faça das universidades públicas, porque coincidentemente nós temos sido muito atacados, inclusive pelos meios de comunicação, com relação a uma suposta ineficiência, que seríamos muito caros como instituição pública”, disse o reitor.

“A UFPR é uma instituição de 105 anos. A UFMG é uma universidade de 90 anos. Então é pouco razoável supor que, de repente, as universidades se tornaram focos de irregularidades”, declarou ao UOL.

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“Quando existe essa demonização, eu me preocupo com a desvalorização que se faz a esse legado”, lamentou o reitor.

“Eu quero crer, claro, que isso não esteja ligado a um projeto de desvalorização consciente que se faça das universidades públicas, porque coincidentemente nós temos sido muito atacados, inclusive pelos meios de comunicação, com relação a uma suposta ineficiência, que seríamos muito caros como instituição pública”, suspeitou.

Segundo Ricardo Marcelo, em nenhum momento ele não defendeu que essas instituições públicas universitárias não devam ser fiscalizadas. “Mas eu nunca vi antes, em um contexto de 12 meses, que as universidades tivessem sido alvo, de maneira coordenada”, disparou.

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