PF viola universidades públicas

Primeiro foi a UFPR; depois a UFSC, que terminou em tragédia; agora a UFMG. Qual será a próxima instituição a ser atacada? A Polícia Federal está violando as universidades públicas brasileiras a pretexto de combater a corrupção.

O modus operandi dos gendarmes federais nesta quarta-feira (6) foi o mesmo que vitimizou o reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier, em setembro último.

A PF cumpriu hoje oito mandados de condução coercitiva e 11 mandados de busca e apreensão numa operação contra suposto desvio de recursos da construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, financiado pelo Ministério da Justiça e executado pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Entre os alvos de condução coercitiva estão o reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez, a vice-reitora, Sandra Regina Almeida, além do ex-reitor Clélio Campolina e da ex-vice-reitora Heloisa Starling, coordenadora do projeto ligado ao Memorial.

“A primeira, é que não há um fato apurado e um suspeito preso. Monta-se o velho circo de prender várias pessoas, infundir terror na comunidade, e obter confissões sabe-se lá por quais métodos. A segunda é que a morte do reitor da UFSC não mudou em nada os procedimento”, criticou o jornalista Luís Nassif para quem “esse monstro está sendo diretamente alimentado pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que se transformou no principal inspirador da segunda onda repressiva dos filhotes da Lava Jato. Vamos ver quem são as vozes que se levantarão para denunciar mais esse ataque”.

Coincidência ou não, o movimento da PF é sincronizadíssimo com a demissão de 1,2 mil professores na universidade privada Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, que pretende recontratar o mesmo número de profissionais pela nova legislação trabalhista, qual seja, não mais pela CLT, com valores de salários mais baixos.

Economia

Pode não ser nada, mas recentemente a mídia voltou a bombardear o ensino público nas universidades federais e estaduais brasileiras sob a alegação de que se economizaria aproximadamente R$ 13 bilhões ao ano. Aos olhos neoliberais, o modelo de contratação da Estácio de Sá, precarizado, seria uma boa para as seculares universidades públicas.

“Para cortar gastos sem prejudicar os mais pobres, o governo deveria acabar com a gratuidade do ensino superior”, defendeu o Estadão em novembro.

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