Mesmo na crise, Assembleia Legislativa do Paraná gastou R$ 366 milhões neste ano

Na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), este ano, não houve crise, na mesma proporção que sobrou disposição para ferrar os servidores e a sociedade.

De um orçamento de R$ 617 milhões, o legislativo informou nesta sexta-feira (22) que “economizou” R$ 251 milhões.

Numa conta rápida, a ALEP jura que economizou para os cofres públicos 40,7% do orçamento de 2017.

No exercício do ano passado (2016), os parlamentares também anunciaram que devolveram R$ 245 milhões para o governador Beto Richa (PSDB) com aqueles famosos “checões” frios. O orçamento daquele período era de R$ 657 milhões.

Em 2016, a ALEP gastou R$ 412 milhões. Em 2017, o valor desceu para 366 milhões. Ou seja, a economia foi de apenas 14% e não 40,7% como anunciou a Casa neste fim de ano.

Os deputados continuam gastadores como sempre foram. Eles superestimam o orçamento para continuar gastando o que sempre gastaram. Portanto, a mágica para “devolver” orçamento é sempre jogar para cima o orçamento da ALEP.

Economia

Quanto à devolução de orçamento pelos deputados são três sacanagens à parte.

Só neste ano de 2017, por exemplo, os parlamentares “imobilizaram” R$ 251 milhões que poderiam ter sido investidos em escolas ou hospitais. É como se o administrador de uma empresa tivesse pedido um empréstimo ao banco com juros anuais escorchantes e, ao final de 12 meses, devolvesse o dinheiro com juros e correções monetárias sem, no entanto, ter usado o valor para o fim planejado. No mínimo seria demitido por incompetência.

A segunda sacanagem diz respeito à devolução de orçamento “carimbada” cujo modus operandi se verificou na Operação Quadro Negro. Naquele esquema, de acordo com o Ministério Público do Paraná e as delações homologadas pelo STF, as verbas da ALEP eram devolvidas para a Secretaria de Educação construir escolas que nunca foram concluídas.

A terceira sacanagem se dá porque o orçamento da ALEP é maior do que 390 dos 399 municípios paranaenses. Ou seja, somente nove prefeituras têm orçamentos maiores que o poder legislativo estadual.

Agora a pergunta que não quer calar: por que os deputados precisaram de tanto dinheiro para ferrar o povo paranaense?

Deixe um comentário