A língua é o chicote da bunda. O general do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão caiu pela boca, pela vontade excessiva de se aparecer. A língua o derrubou da Secretaria de Finanças e Economia do Comando do Exército, em Brasília.
O militar se mostrou inapto para a função, haja vista que ele anacronicamente vinha defendendo a instituição de uma ditadura no país — posição ilegal porque atenta contra o regime democrático inscrito na Constituição Federal de 1988.
A ditadura militar desgraçou o Brasil por mais de 20 anos, entre 1964 e 1985, e foi a responsável direta pelo atraso em termos de cidadania e também se constituiu num dos regimes de exceção mais corruptos do mundo.
Quanto ao general defenestrado neste sábado (9), foi tarde. Ele tem caiu porque, numa palestra a saudosos da ditadura militar, na quinta-feira (7), disse que o governo Michel Temer é um ‘balcão de negócios’ que se equilibra para chegar ao final do mandato.
Não que Mourão tenha falado uma impropriedade, mas a função que ele ocupava não coadunava com a defesa de intervenção militar e emissão de juízos acerca da política brasileira.
Observe que o Blog do Esmael não qualquer motivo para compactuar com o cleptogoverno de Michel Temer. Pelo contrário, como vem demonstrado desde o golpe de Estado do ano passado.
Note ainda o caríssimo leitor que o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) tem o mesmíssimo discurso do militar na crítica a Temer. O presidenciável tem repetido que o governo peemedebista virou um ‘balcão de negócios’ — de compra e venda de parlamentares. Entretanto, o Alvaro não é militar. E, o general exonerado não é político. Portanto, cada macaco em seu galho.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.