Após 40 anos, Justiça determina reintegração de perseguida política na Itaipu Binacional

A secretária Sônia Lúcia Castanheira, de 71 anos, demitida pela Itaipu Binacional no longínquo fevereiro ano de 1977, foi reintegrada à empresa por decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR). Na época dos “anos de chumbo”, ela foi acusada de terrorismo.

De acordo com o advogado da secretária, Daniel Godoy Júnior, a Justiça do Trabalho de Foz do Iguaçu já havia determinado no começo deste ano a reintegração. Portanto, a decisão do TRT confirma a tese de perseguição política a Sônia. A ação teve início em 2015.

O advogado explica que a secretária e o então marido, o argentino naturalizado paraguaio Dario Anibal Galindo, que também laborou na binacional, foram perseguidos politicamente.

Sônia soube dos motivos da demissão somente em 2012, com a Lei da Anistia, quando os arquivos da época foram abertos ao público.

Documentos do então temido Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão comandado pelo ainda pelo ministro-chefe João Batista de Oliveira Figueiredo (depois ele assumiu a presidência da República do regime militar), consideravam Sônia e o marido dela um “perigo à segurança nacional” e que eles seriam agentes “comunistas infiltrados” na Itaipu Binacional.

O comunicado ao SNI, datado e maio de 1977, deixava clara a perseguição política na maior hidrelétrica do mundo: “face às conclusões dos dados biográficos [de Dario e Sônia], procedidos pela Assessoria de Segurança desta Entidade, com relação aos antecedentes dos nominados, foram os mesmos demitidos de seus cargos em 17 de novembro de 1976 e 15 de fevereiro de 1977”.

Economia

Ainda cabe recurso contra a reintegração de Sônia.

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