Folha reedita a “ditabranda” com Bolsonaro

Ao se agarrar ao fio desencapado chamado Jair Bolsonoro (PSC-RJ) como única opção para barrar a volta de Lula, em 2018, a Folha reedita a “ditabranda” que lançara em 17 fevereiro de 2009.

Na época, o jornalão paulistano ao comparar os modelos de democracia na América Latina afirmou que as chamadas ”ditabrandas” -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça.

A Folha dissera que no Brasil houve uma “ditadura + branda= ditabranda” e torceu o nariz para os mortos, torturados e perseguidos políticos no país em 21 anos de horrores.

Criticada à exaustão pelo uso do termo “ditabranda”, um mês depois, os Frias reconheceram que “erraram” porque continha uma conotação leviana. “Todas as ditaduras são igualmente abomináveis”, dizia um editorial no dia 8 de março de 2009, quase um mês depois de lançar o neologismo.

Como se vê, o pedido de escusas da Folha não foi verdadeiro e prova que ela sempre se alinhará ao autoritarismo para assegurar seu projeto de poder e seus interesses econômicos.

Temendo assumir abertamente que já se abraçou a Bolsonaro, e, consequentemente à “ditabranda”, a Folha atribui ao “mercado” – um ente sem CPF, CNPJ ou endereço físico – sua doentia fixação pela derrota de Lula, mesmo que a custa da democracia.

Economia

Portanto, a Folha tem sido covarde ao não assumir abertamente que apoia Bolsonaro. Assuma que dói menos.

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