Lula, precisamos falar mais sobre a Petrobras e o petróleo brasileiro

Falta uma pegada nacionalista no discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Setores antineoliberais veem certa complacência do petista com a privatização do pré-sal e da Petrobras.

Nesta semana, por exemplo, o Congresso Nacional aprovou em comissão a MP 975/2017 que dá incentivos fiscais para petroleiras estrangeiras participarem nas licitações de blocos das camadas pré-sal e pós-sal que serão realizadas até o final do ano pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Entretanto, nenhuma palavra contundente de Lula e das redes do PT sobre essa questão estratégica.

Evidentemente que há a combatividade deste ou daquele parlamentar do PT, isoladamente, mas é preciso que a liderança maior do partido esteja ganha para a tese da defesa da economia nacional.

As entidades corporativas também sofrem de certa inanição no debate do tema “Soberania Nacional”. Sindicatos e até centrais se preocuparam nos últimos tempos mais com os próprios umbigos do que dialogar com a sociedade, por isso agora perdem o debate no campo das ideias.

Alguns pré-candidatos em 2018, como Ciro Gomes (PDT), adiantam sua posição sobre as privatizações de estatais no país. “Nem pensar em privatizar Petrobrás e Eletrobrás. Não é questão de esquerdismo infantil. Brasil e Venezuela têm petróleo excedente e os EUA consomem mais petróleo do que produzem. Por que vamos entregar isso aos estrangeiros? Isso é estratégico, é uma vantagem que vamos ter de usar por 30 anos”, avisa o pedetista.

Economia

O senador Roberto Requião (PMDB) é outro que não afrouxa diante da onda neoliberal. Ele chama a MP 975 editada por Michel Temer de “canalhice”.

“O pré-sal é a Disneylândia das petroleiras mundiais porque a extração do barril de petróleo custa três dólares, enquanto o barril está sendo vendido a 50, 60 dólares”, afirma o peemedebista. “Por isso que jamais deveria haver uma multinacional tomando aquilo que é do Brasil, que o país tem condições de operar”, denuncia o senador.

“A Nigéria e Angola não têm condições de operar, fizeram concessões, mas ficam com 60% a 70% do petróleo. Aqui não”, relata Requião como se confirmasse a “canalhice” da privatização.

Lula, precisamos falar mais sobre a Petrobras e o petróleo brasileiro.

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