Globo e Temer ‘minimizam’ denúncia de trabalho escravo em véspera de votação na Câmara

Michel Temer (PMDB) e Globo lançaram uma contraofensiva para minimizar a portaria do governo que facilita o trabalho escravo no país.

Na entrevista que concedeu ao site Poder 360, o peemedebista tentou desqualificar a denúncia de que a medida possibilita o trabalho escravo. “O ministro do Trabalho me trouxe aqui alguns autos de infração que me impressionaram. Um deles, por exemplo, diz que se você não tiver a saboneteira no lugar certo significa trabalho escravo.”

Na outra ponta, o Globo trombeteia que se trata de uma “discussão ideológica” contígua à reforma trabalhista. Mas não é verdade da emissora dos Marinhos, pois os trabalhadores em situação análoga à escravidão sequer têm liberdade de ir e vir, jornada digna, e acesso a salário decente ou à salubridade. Portanto, a reforma trabalhista passa longe das senzalas.

O diabo é que no meio desse xadrez está a votação da segunda denúncia contra Michel Temer por organização criminosa e obstrução da justiça. Ele não pode agora recuar da portaria porque, na quarta-feira (25), poderia perder boa parte dos 200 votos na bancada ruralista — a quem o trabalho escravo interessa diretamente.

Por isso a procuradora-geral da República Raquel Dodge, aliada de Temer, deu “tempo” para que a portaria do Ministério do Trabalho fosse revogada.

Não estranhe, caro leitor, se se salvar novamente, Temer mexer no texto da miserável portaria. Poderá atribuir, até, um possível recuo à “Justiça” fazendo de “pateta” a bancada ruralista.

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