É contra o Estado de exceção, Deltan

O procurador da República Deltan Dallagnol publicou nas redes sociais um vídeo no qual o jornalista Glenn Greenwald elogia o esforço da força-tarefa no combate à corrupção e os poderosos, etc. O diabo é que essa lava jato mostrou-se muito seletiva e partidarizada ao longo de sua existência.

Ninguém é a favor da corrupção. Nem mesmo os corruptos, que não veem os crimes cometidos por eles como crimes. Vide nas passeatas contra o PT cujo mote era “contra a corrupção”. Após participarem de manifestações pelo ‘Fora Dilma’, vários personagens do Congresso e do empresariado caíram nas malhas do Estado policial.

Já foi dito aqui antes que o combate à corrupção é um fetiche de procuradores e juízes, bem como de setores da velha mídia que se arvoram “vingadores” da sociedade. Esta é parte mais romântica que vem a público.

A realidade nua e crua é bem diferente. Peguemos um exemplo recente e outros dois mais “antigos” para uma rápida dissecação e exemplificação de casos de abusos.

O suicídio do reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier, após sua prisão. Nas vésperas de se matar, o professor de Direito relatou humilhação e excessos da Polícia Federal. Consta que ele foi preso sem mesmo ser ouvido.

A morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia também é colocado na conta da lava jato pelo ex-presidente Lula. Em vários momentos, o petista dissera que “os meninos da Operação Lava Jato” têm responsabilidade no desaparecimento de Marisa.

Economia

O terceiro caso que denota o Estado de exceção tem a ver com a prisão do ex-deputado André Vargas (sem partido), que ganhou “desimportância” porque ele é um da “Silva”, um pé de chinelo perto dos delatores das grandes empreiteiras. O ex-parlamentar está “depositado” numa penitenciária de Pinhais (PR) há quase três anos, esquecido, mesmo que os delitos dele tenham sido menos graves em relação a executivos privilegiados por delações (mesmas as falsas, sem provas).

Portanto, Deltan, não se trata de ser contra a lava jato. O que se questiona é o partidarismo, a seletividade de uma operação que não dá a atenção ao devido processo legal. São as prisões preventivas ad eternum a que são submetidos os acusados. A execração pública dos acusados, mesmo sem condenação transitada em julgada. Enfim, o que se contesta é o Estado de exceção próprio dos Estados policialescos.

Abaixo o vídeo postado por Deltan Dallagnol:

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