O TRF-4 absolveu pela segunda vez, nesta terça-feira (26), o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto por absoluta falta de provas em delação premiada.
A defesa de Vaccari afirmou em nota que tanto a denúncia quanto a sentença do juiz Sérgio Moro, da qual recorreu, se basearam “exclusivamente palavra de delator, sem que houvesse nos autos qualquer prova”.
Para o PT, a falta de provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deverá anular as sentenças do magistrado da lava jato em Curitiba.
Vaccari tinha sido condenado a 9 anos de prisão.
“Nunca é demais lembrar que as informações trazidas por delator não são provas, carecendo, pois, de investigação para que o Estado busque provas que confirmem o que o delator falou. Assim, a palavra de delator deve ser recebida com muita reserva e total desconfiança, pois aquele que delata, o faz para obter vantagem pessoal, que pode chegar ao perdão judicial”, pronunciou-se a defesa de Vaccari.
Entretanto, na mesma ação, o TRF-4 agravou a pena do ex-ministro José Dirceu para 30 anos e nove meses. Moro o havia condenado a 20 anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa.
Segundo acusação do MPF, Dirceu teria recebido R$ 10 milhões em propinas da empreiteira Engevix, por meio de contratos superfaturados com a diretoria de Serviços da Petrobras, e essas propinas eram transferidas para o PT, cujo tesoureiro era João Vaccari Neto.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.