Requião Filho: Memória curta e falta de interesse político alimentam os corruptos

Requião Filho (PMDB) relaciona os escândalos de corrupção na política à falta de memória dos eleitores. “Você se lembra em quem votou para prefeito e vereador nas eleições 2016?”, indaga.

Memória curta e falta de interesse político

Requião Filho*

Você se lembra em quem votou para prefeito e vereador nas eleições 2016? Indo além, você se lembra em quem votou para presidente, governador e deputado em 2014? Quais as propostas tinham seus candidatos?

Pois é, memória curta e falta de interesse político são o combustível para a permanência e proliferação da corrupção na política.

Falo na corrupção em seu sentido mais amplo, pois para que ela exista, sempre haverá os dois lados: corruptos e corruptores. E lógico, os corruptores são sempre os mesmos que bancam os corruptos.

Economia

Infelizmente, a memória curta do eleitor e a falta de interesse em acompanhar a vida política de modo geral, garante aos corruptos a eleição e a reeleição para os mais variados cargos.

Escândalos reiterados de Caixa 2; candidatos denunciados, Diários Secretos, CPI do Banestado, funcionários fantasmas, gafanhotos, Operações do Gaeco e dentre tantos outros que tomam o nosso cotidiano na mídia, mas que nos condenam à total descrença na política. Na hora do voto, encantados pela mágica do marketing político, tudo se esvai. O bandido vira santo. E o cidadão é enganado, outra vez, por sua curta memória.

Sim, temos que saber em quem votamos! Temos que conhecer a carreira política de cada um, qual o seu plano de governo, quais suas ideologias e suas condutas anteriores. Só de posse destas informações é que poderemos formar um juízo de valor e conferir a alguém a confiança de nosso voto.

O voto consciente requer comprometimento para além do período eleitoral. Não basta estar atento às propagandas e promessas durante o pleito. Uma vez eleito, é necessário fiscalizar o político e acompanhar a sua atuação.

Não adianta reclamar depois se votamos ou reelegemos governantes descomprometidos com a causa pública e próximos aos interesses privados. Não teremos uma administração que priorizará o servidor ou a população, mas sim o lucro dos investidores das empresas estatais.

Não é que nós não saibamos votar. É que nós não nos interessamos e não acompanhamos. É sempre mais fácil por a culpa nos outros, quando na verdade a verdadeira culpa também é nossa. Pense nisso!

*Requião Filho é deputado estadual pelo PMDB do Paraná.

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