Mais um “terremoto” no PR: Prefeitura de Almirante Tamandaré descobre rombo de R$ 62 milhões

O prefeito Gerson Colodel (PMDB), de Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, descobriu rombo de R$ 62 milhões deixado pela gestão anterior. O resultado de uma auditoria teve o impacto de um “terremoto”, fenômeno mais que comum na política paranaense.

“Eu imaginava que a dívida chegaria a R$ 20 milhões. O que eu não imaginava é que a realidade fosse três vezes pior”, informou o prefeito tamandareense.

Segundo resultados parciais da auditoria interna, foram detectados uma indústria de ações trabalhistas ajuizadas contra a Prefeitura, obras pagas e não concluídas, calote em fornecedores de merenda escolar, equipamentos furtados e desativação de equipamentos públicos como escolas na zona rural.

Colodel disse que levou o inventário de irregularidades à 4ª Promotoria de Justiça para as devidas providências.

Abaixo, leia o despacho da comunicação da Prefeitura de Almirante Tamandaré:

Resultado parcial de Auditoria Interna é encaminhado

Economia

Resultado parcial de Auditoria Interna é encaminhado Foram verificados indícios de irregularidades na gestão municipal de Almirante Tamandaré entre os anos de 2013 e 2016

Os resultados parciais da auditoria interna na Prefeitura de Almirante Tamandaré apontaram para indícios de irregularidades na gestão municipal de Almirante Tamandaré entre os anos de 2013 e 2016 e uma dívida de aproximadamente R$ 62 milhões. O relatório completo foi entregue à 4ª Promotoria de Justiça, depois de ser apresentado na Câmara Municipal. Uma comissão detalhou a situação das contas municipais e encontrou dívidas nas mais diversas secretarias. Entre as despesas feitas na administração anterior e que não foram pagas até o final de 2016 estão: R$ 4,5 milhões em precatórios, R$ 60 mil em prêmios do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) que foram sorteados e não foram comprados, R$ 25,6 milhões no Instituto de Previdência, R$ 4,8 milhões de despesas empenhadas, R$ 9 milhões com fornecedores, R$ 4 milhões em folha de pagamento, R$ 4 milhões em uniforme escolar, R$ 1,7 milhão em merenda, entre outros.

“Eu imaginava que a dívida chegaria a R$ 20 milhões. O que eu não imaginava é que a realidade fosse três vezes pior”, afirmou o prefeito Gerson Colodel. Os problemas detectados foram inúmeros: 200 ações trabalhistas ajuizadas contra a Prefeitura, contratos pagos quase na totalidade e não terminados (casos da construção de ginásios e recadastramento de imóveis da Prefeitura), aumento das licenças de táxi em 34% no final da gestão sem qualquer critério, equipamentos todos estragados, radiadores furtados, geladeiras furtadas, televisores que desapareceram. Isso em falar do abandono das ruas e de escolas do interior que foram desativadas.

Um dos casos mais graves levantado na auditoria foi o pagamento de seis empresas – em detrimento de todos os demais fornecedores, merenda escolar ou medicamentos (os últimos comprados em 2015) – de um total de R$ 43,6 milhões. Com este valor, 73% da dívida atual poderiam ter sido quitados. “Deixaram de pagar merenda, aluguel do armazém da família, convênio com a Prefeitura de Curitiba para beneficiar a população e decidiram pagar empresas que não tem mais nada a receber da Prefeitura”, salientou o prefeito.

Outro caso considerado preocupante foi o pagamento de férias, rescisão contratual e salários para 12 servidores, enquanto todos os demais ficaram sem receber, num valor total de R$ 112 mil. O resultado da auditoria – com fotos e documentos – foi entregue pessoalmente pelo procurador fiscal do Município Luis Filipe Rache Soares.

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