Os novos áudios recuperados pela PF no gravador do delator Joesley Batista, dono da JBS, podem levar a Procuradoria-Geral da República a anular o pacto que livrou os executivos da empresa da prisão.
“A análise de tal gravação revelou diálogo entre dois colaboradores com referências indevidas a Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal”, disse o procurador-geral Rodrigo Janot.
De acordo com Janot, em coletiva de imprensa, afirmou que Joesley Batista e Ricardo Saud gravaram um áudio involuntariamente, sem saber que o gravador estava ativado, e que em quase quatro horas de conversa relataram fatos “gravíssimos”, que podem indicar crimes cometidos durante a negociação da delação premiada da JBS.
Também no mesmo áudio tem referência ao ex-procurador Marcelo Miller, ex-auxiliar do procurador-geral, que teria se envolvido em atos criminosos na montagem da delação.
Joesley ganhou perdão judicial ao fazer acordo com a PGR, mas, segundo o chefe da PGR, os executivos omitiram fatos “gravíssimos” na delação.
Entretanto, o procurador-geral frisou que as provas obtidas com o magnata da JBS, como áudios com o próprio Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), seguem valendo normalmente.
A possibilidade de anulação das delações dos executivos da JBS fortalece Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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