Beto Richa ataca servidores para encobrir corrupção na educação do Paraná

O governador Beto Richa (PSDB) abriu fogo nesta quinta-feira (3) contra os servidores públicos do estado visando encobrir a gravidade da ‘Operação Quadro Negro’, que investiga desvios de verbas na educação e fraudes na construção de escolas do Paraná.

Richa disse que os servidores têm demandas infinitas e insaciáveis e as classificou como “privilégios” defendidos por sindicatos que são um “puxadinho do PT”. Entretanto, o Paraná possui 300 mil funcionários públicos estaduais. A maioria deles sequer têm filiação partidária.

O ataque do governador ocorreu hoje durante palestra ministrada pelo prefeito de São Paulo João Dória (PSDB) a empresários ligados ao G7 — grupo de entidades patronais do Paraná. O prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMN) também testemunhou o faniquito de Richa.

Os disparos de Beto Richa foram calculados para criar uma ‘cortina de fumaça’ em torno da homologação da delação premiada de Eduardo Lopes, dono da Valor Construtora, que simulava as obras e repassava as verbas desviadas para o tucanato paranaense. O Ministério Público calcula que a quadrilha desviou dos cofres públicos cerca de R$ 20 milhões, por isso pede como indenização R$ 41 milhões.

Para tentar ampliar a desatenção da ‘desavisada’ mídia, da Assembleia Legislativa, dos paranaenses, Beto Richa antecipou nesta tarde ‘manchetes’ de um novo pacote de maldades contra o funcionalismo estadual.

Aliás, o massacre da 213 pessoas no 29 de abril de 2015, na luta contra o confisco da poupança previdenciária dos servidores, aconteceu no contexto de prisões e denúncias de corrupção no âmbito da Operação Publicano (corrupção na Receita Estadual).

Economia

Em maio passado, esta página antecipou que a delação de Lopes teria potencial de implodir o Palácio Iguaçu e o ninho tucano. “Não sobrará pedra sobre pedra no governo de Beto Richa”, confidenciara na época uma fonte governista. Bingo!

O Blog do Esmael registrou em primeira mão, há dois anos, o escândalo e a consequente queda da cúpula da Educação do Paraná na época.

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