Gleisi puxa a orelha do suplente

A senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, em nota oficial, puxou a orelha de seu suplente, o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR).

O parlamentar peemedebista apresentou um “jabuti” Medida Provisória 785 transformando a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) numa escola agrícola no Oeste do Paraná.

As emendas apelidadas de “jabuti” são aquelas incluídas por um parlamentar em uma matéria que nada tem a ver com seu conteúdo, oportunamente para “passar batido” em meio a uma outra discussão.

A MP 785, originalmente, trata do Fundo de Financiamento Estudantil – Fies. Portanto, nada a ver com extinção ou fusão de instituições de ensino superior.

Para quem não sabe, Souza foi eleito 1º suplente na chapa de Gleisi em 2010. Ele chegou a assumir o cargo de senador durante o período que a petista ocupou o ministério da Casa Civil.

Entretanto, nas eleições 2010, o ex-suplente de Gleisi elegeu-se deputado federal e aliou-se ao grupo de Michel Temer (PMDB).

Economia

Abaixo, leia a íntegra da nota oficial do PT:

NOTA OFICIAL SOBRE A TENTATIVA DE DESMANTELAMENTO DA UNILA

O Partido dos Trabalhadores repudia veementemente a tentativa de desmantelamento do projeto original da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e pede a supressão imediata da emenda aditiva à Medida Provisória 785, do deputado federal Sergio Souza (PMDB-PR), que tenta transformá-la em uma universidade voltada ao agronegócio com vínculo com as indústrias do oeste do Paraná. A UNILA foi criada em 2010 pelo ex-presidente Lula com a missão de contribuir com a integração dos países da América Latina, por meio do conhecimento humanístico, científico e tecnológico.

A UNILA tem cumprido seu papel nesses sete anos de existência e é um potente instrumento de fortalecimento das relações do Brasil com os países vizinhos.

A extinção da universidade é uma afronta ao Estado Democrático de Direito e fere a autonomia universitária assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e pela Constituição Federal.

Não foram ouvidos a comunidade acadêmica, os estudantes, que hoje representam quase 3 mil matriculados, ou a sociedade em geral. É um movimento típico de um governo ilegítimo que tenta destruir áreas importantes da educação com argumentos econômicos e a premissa incoerente de promover adequações. Defendemos que a UNILA mantenha sua missão original e continue contribuindo para a integração dos povos da América Latina.

Senadora Gleisi Hoffmann
Presidenta Nacional do PT

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