Suspensão do Instituto Lula é provocação política

A decisão do juiz Ricardo Augusto, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, de suspender as atividades do Instituto Lula, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), é uma provação política quase infantil e sem precedentes na histórica democrática do país.

Atribuir ao “local” culpa de supostos atividades ilícitas é a mesma coisa que atribuir ao “sofá” culpa pela relação extraconjugal do casal de amantes.

A pirotécnica decisão do magistrado ocorre na véspera do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, em Curitiba.

O impacto da suspensão do Instituto Lula lança uma cortina de fumaça sobre a aprovação, na Comissão Especial da Câmara, da reforma da previdência, que significará o fim de aposentadorias e pensões aos brasileiros.

Sobre o fechamento do Instituto Lula

A decisão foi tomada no processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu, junto com mais seis pessoas, acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Segundo a denúncia, o ex-presidente agiu para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O processo teve origem na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.

Economia

Soares Leite entendeu que o Instituto Lula, apesar de desenvolver projetos de intuito social, pode ter sido usado como instrumento ou local de encontro para o cometimento de crimes diverso, entre os quais, ilícitos fiscais.

O magistrado destacou que o próprio Lula disse, em seu depoimento na ação, disse que o local era usado como ponto de discussão de diversos assuntos. O ex-presidente referiu-se ao instituto como “Posto Ipiranga”, em alusão a uma campanha publicitária sobre uma rede de postos em que se pode saber dos mais diversos assuntos.

“Como o próprio acusado mencionou que no local se discutia vários assuntos, e há vários depoimentos que imputam pelo menos a instigação de desvios de comportamentos que violam a lei penal, a prudência e a cautela recomendam a paralisação de suas atividades”, escreveu Soares Leite. O juiz não determinou prazo para a suspensão das atividades.

Lula prestou depoimento nesta ação penal em meados de março. Na ocasião, ele negou todas as acusações e disse ser “vítima de um massacre”. Procurados, a defesa de Lula e o Instituto Lula ainda não retornaram os pedidos de comentário.

Instituto nega ilícitos

“O Instituto Lula não foi local de nenhum ilícito, e o ex-presidente sempre agiu dentro da lei, não tendo nenhuma condenação criminal. O Instituto promoveu debates, eventos e reflexões de políticas públicas, seguindo uma tradição de mais de 25 anos iniciada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos do Trabalhador (IPET), depois Instituto Cidadania e finalmente Instituto Lula. O Instituto não foi notificado oficialmente da decisão do juiz e seus advogados averiguarão as medidas cabíveis assim que tiverem o teor da decisão”, disse a instituição por meio de nota.

Relatório do Instituto Lula:

http://www.institutolula.org/uploads/institutolula2015.pdf

Com informações da Agência Brasil

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