Fachin, que vai decidir sobre ação penal, recebeu comenda de tucano

O ministro-relator da Lava Jato Edson Fachin que decidirá pela abertura ou não de ação penal contra o governador Beto Richa (PSDB) foi agraciado pelo tucano, em julho de 2015, com a Ordem Estadual do Pinheiro, a mais alta honraria do Paraná.

“O ministro Fachin radicou-se no Paraná ainda jovem, foi adotado pelos paranaenses, formou-se na Universidade Federal do Paraná e tem aqui a sua família, amigos e laços sentimentais. Posso dizer, com orgulho, que defendi ardorosamente a nomeação dele para seu cargo no Supremo”, discursou no dia 31 de julho daquele ano Beto Richa em cerimônia realizada no Palácio Iguaçu.

Quase dois após a condecoração, eis que Fachin enfrentará sérios dilemas diante da “Lista de Janot”: autorizar ou não autorizar a abertura de ação penal contra Beto Richa, aquele que o homenageou com a mais alta comenda? Arquivar ou não arquivar o pedido da PGR contra o tucano?

Caso Fachin decida pela abertura da ação penal contra o governador do PSDB, necessariamente, o processo será remetido para o STJ — que é o foro competente para julgar governadores. Aliás, Beto Richa já é réu numa ação do Superior Tribunal de Justiça acerca de corrupção propina na Receita Estadual do Paraná, no âmbito da Operação Publicano, que aponta prejuízo de R$ 2 bilhões ao tesouro estadual.

O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu abertura de inquérito contra o governador paranaense Beto Richa e outros quatro governadores delatados pelo recebimento de propina da Odebrecht.

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