Beto Richa privatiza as polícias do Paraná

Embora a Segurança Pública seja constitucionalmente monopólio e atribuição do Estado, o governador do Paraná Beto Richa (PSDB) privatizou as polícias no estado ao delegar para terceiros o seu aparelhamento. Ao abrir mão do papel de polícia para empresários, o tucano corrobora com a criação de milícias privadas que têm interesses privados. Reportagem do portal russo Sputnik News relata a boa vontade da comunidade e, consequentemente, a omissão do governo do PSDB. Ou seja, Beto Richa já é uma vergonha internacional — além-mar.

Empresários e moradores realizam vaquinha e compram armas para a Polícia no Paraná

do portal Sputnik News Brasil

Para ajudar a reforçar a segurança pública da cidade de Laranjeiras do Sul, no Paraná, moradores,comerciantes e empresários da região realizaram uma vaquinha, que rendeu R$ 38 mil e compraram novas armas para as Polícias civil e Militar de quatro municípios da região.

Além de Laranjeiras do Sul, também serão beneficiadas com os novos armamentos as cidades de Nova Laranjeiras, Cantagalo e Rio Bonito do Iguaçu.

O valor arrecadado foi encaminhado ao Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), que fez a compra de cinco fuzis calibres 556 e uma metralhadora nove milímetros e entregou à Polícia. Cerca de 40 policiais já estão em treinamento para utilizar as novas armas no patrulhamento dos municípios.

Economia

Em entrevista exclusiva para a Spunitk Brasil, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Laranjeiras do Sul (Acils), Fabiano Franciosi explicou que os comerciantes, empresários e moradores se uniram após um pedido do Conselho Municipal de Segurança (CONSEG) para ajudar a reforçar a segurança na cidade. “Nós tivemos a solicitação do Conselho de Segurança do Município para que pudéssemos fazer esse reforço, unindo os esforços de comerciantes, pessoas físicas, bancos para reforças as condições da Polícia Militar e fazer frente a algumas situações que estavam ocorrendo nas cidades vizinhas. Entendemos que para prevenir e evitar que tivéssemos problemas maiores sem ter condições de fazer frente a eles (os criminosos), nós deveríamos participar também, auxiliando a Polícia Militar com a aquisição desses novos equipamentos.”

Segundo Franciosi, a Segurança Pública é algo que está acima do trabalho apenas feito pelo Estado. Para o empresário é preciso também a cooperação e participação mais efetiva da sociedade.

“A Segurança Pública também é de responsabilidade de todos. Todos envolvidos e pensando em segurança, auxiliando com informações, recursos, auxiliando com o que puder para evitar os problemas. É melhor sempre prevenir, do que remediar depois.”

O presidente da Acils ressalta que qualquer ação criminosa em uma cidade afeta a todos. “Um assalto a uma agência bancária causa problemas não só para o banco, mas para as pessoas e o comércio como um todo. Nós vemos aí que bancos assaltados levam quatro, cinco meses para ser restaurados e a cidade fica a mercê da falta de serviço.”

Fabiano Franciosi acredita que a vaquinha realizada pela comunidade, o comércio e o empresariado pode não garantir a segurança total das cidades, mas pode ajudar a prevenir novos crimes.

“Não é uma coisa que vai evitar 100%, mas pode se prevenir da melhor maneira que puder.”

Diante do resultado positivo obtido na mobilização da Acils, o Conselho Municipal de Segurança já conseguiu o sinal verde para realizar novas ações junto ao Poder Judiciário, como o repasse para a Polícia Militar das armas apreendidas em operações na Rodovia Federal BR 277. “Esses equipamentos foram comprados novos e doados, mas estão sendo conseguidas mais armas ainda para as polícias locais, através das doações de armas apreendidas na BR”, disse Fabiano Franciosi.

O empresário gostaria que outras cidades seguissem o exemplo e tivessem a mesma iniciativa de mobilização que a comunidade de Laranjeiras do Sul, no Paraná teve em se unir contra a crise e em prol de um serviço que vai beneficiar a todos, sem deixar a responsabilidade somente na mão do Estado. “Se todo mundo pensar individualmente, ninguém vai fazer nada mesmo e as consequências são ruins para todos. Se todos entendem da mesma maneira é possível sim, mas nós sabemos que nem toda região age da mesma forma. Nós aqui temos o senso de responsabilidade comum, mas tem lugares que acham que a segurança deve ser apenas uma incumbência do poder do Estado e se restringe a contribuição de impostos e não quer saber de nada.”

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