O golpe é… declínio do salário mínimo

O Congresso tinha aprovado no Orçamento de 2017 salário mínimo de R$ 945,80, no entanto, o ilegítimo Michel Temer o reajustou para R$ 937,00. Portanto, R$ 8,80 menos do que o previsto.

O salário mínimo é reajustado pela variação da inflação medida pelo INPC no ano anterior a sua vigência, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

O poder de compra dos trabalhadores entra em declínio pela primeira vez desde o Plano Real e a ascensão do PT ao governo em 2003. Isso é fruto do golpe de Estado capitaneado por Temer e seus aliados da banca financeira.

Note o caro leitor que o reajuste a partir de 1º de janeiro será de apenas 6,47% contra o índice de inflação medido pelo IPCA de 6,99% (acumulado até o mês de novembro).

Ou seja, também pela primeira vez o reajuste ficará abaixo da reposição inflacionária em mais de 20 anos, o que se projeta, desde já, brusca queda no poder de compra da classe laborial e, consequentemente, aumento da recessão (restrição do consumo a poucos felizardos).

Abaixo, o gráfico do Blog Achados Econômicos mostra a evolução do salário mínimo nominal e como ele estaria de fosse reajustado pelo índice oficial de preços a cada ano (como pretende Temer):

Economia

Como já foi dito antes, a redução nos salários e a explosão de desempregados não são frutos apenas de “incompetência”. São políticas friamente planejadas no ar condicionado do Palácio do Planalto, pois os rentistas já previam o aumento exponencial do “estoque de mão de obra” visando regular — para baixo — o preço dos salários e a inflação com a redução de consumo.

Portanto, a obra golpista completa-se com três importantes eixos calcados no neoliberalismo: 1- subproletarização (trabalho temporário, terceirizado, parcial e precarizado); 2- fim do Estado Social (reforma da Constituição para pôr termo ao Estado de Direito e à realização democrática, vide a PEC 55 e o fim da aposentadoria) ; e 3- extermínio do Estado Econômico (privatizações de ativos tais como petróleo e desregulação da economia em prol do deus mercado).

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