As redes sociais viralizaram nas últimas horas o grotesco erro da PF que havia imputado a José Dirceu R$ 48 milhões em propina na planilha da empreiteira Odebrecht.
A Polícia Federal tinha a convicção de que as iniciais “JD” eram valores repassados para a JD Consultoria entre os anos 2009 e 2010, de propriedade do ex-ministro da Casa Civil.
Na época, o advogado de Dirceu dissera que a associação feita pela PF não tinha cabimento algum.
“Não tem nenhum cabimento. Tudo o que foi recebido pela JD Consultoria foi escriturado. Como alguém vai receber essa quantia sem que isso apareça na contabilidade?”, rebateu Roberto Podval.
A PF reconheceu que errou feio na última segunda (26), após deflagrar a 35ª operação que prendeu o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Essa não foi a a única acusação indevida feita ao ex-ministro da Casa Civil. Segundo Podval, diversos delatores imputaram crimes ao petista pelo fato de ele já estar cumprindo pena (da Ação Penal 470, o processo do mensalão) e porque a força-tarefa da “Lava Jato” ter assumido que ele era o comandante do esquema de corrupção na Petrobras — isso no começo, pois agora eles consideram que esse papel coube ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em agosto José Dirceu completou um ano de prisão pela 17ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi condenado a 20 anos e dez meses de prisão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Como se vê, a pena capital na Lava Jato – uma vez errada – foi executada para saciar a velha mídia e atender ao clamor sociedade. Qualquer semelhança com regimes fascistas não é mera coincidência.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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