Censura às expressões “fraude” e “golpe” casou bate-boca no final de comissão no Senado

vanessa_censura_golpeTerminou em quiproquó a sessão de votação na comissão de impeachment no Senado, na manhã desta quinta (4), que culminou com a censura na ata das expressões “fraude” e “golpe”.

Uma questão de ordem da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu a manutenção ipis litteris do pronunciamento de todos os senadores para o registro da História.

No entanto, o presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB) decidiu excluir dos anais as expressões “golpe” e “fraude” cujo adjetivos eram direcionados ao relatório da própria comissão.

Para Vanessa, a censura é mais uma fraude processual e ela adiantou que recorrerá ao plenário para manter as falas dos senadores na ata.

“Ora, atas anteriores comprovam claramente que senadores, a exemplo de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), acusou a presidente Dilma de cometer fraude eleitoral. Logo, todos podem falar o que bem quiser”, comparou.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) lamentou a censura e destacou o caráter autoritário da comissão do golpe. Segundo ela, “uma maioria circunstancial” impôs um tratoraço no colegiado.

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Como esperado, a comissão do impeachment aprovou por 14 votos a 5 o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Agora, a “fraude” seguirá para a pronuncia de juízo do plenário na próxima terça-feira, dia 9.

A previsão de votação sobre o afastamento ou não da presidente eleita deverá ocorrer no dia 29 de agosto.

Serão precisos 54 votos — ou dois terços dos 81 parlamentares — para afastar definitivamente a presidente da República.

Entretanto, pelas contas do Palácio do Alvorada, já somam 31 votos contrários ao golpe — quatro a mais dos 27 necessários.

No próximo dia 10, com o lançamento da ‘carta aos brasileiros’, Dilma espera ampliar esse apoio para até 40 votos.

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