“Plínio de Arruda Sampaio, um exemplo sempre vivo”, por Bruno Meirinho

bruno_plinio_PSOLO colunista Bruno Meirinho (PSOL) faz uma homenagem ao ex-presidenciável Plínio de Arruda Sampaio, morto no dia 8 de julho de 2014, aos 84 anos. Para o articulista, Plínio deixou um legado ao país e à juventude, sobretudo na luta pela justiça social. Abaixo, leia, comente e compartilhe a íntegra do texto:

Plínio de Arruda Sampaio, um exemplo sempre vivo

Bruno Meirinho*

Plínio de Arruda Sampaio falou, no último debate televisivo das eleições de 2010, que sua campanha era dirigida aos jovens, que tinham mais condições do que os mais velhos de entender aquilo que ele estava falando. Plínio era o mais velho dentre os candidatos à presidência da daquele ano, mas tinha o espírito mais jovem, e era disso que ele estava falando.

Naquele ano, a campanha de Plínio, candidato à presidente pelo PSOL, convocou muita gente para a nova política. Com sua experiência combinada com grande desprendimento, Plínio participou da campanha não com a ânsia de ganhar, mas sim para defender a justiça. Foi assim que Plínio falou em um evento realizado em Curitiba, durante a sua campanha: Aos 80 anos, com 60 anos dedicados à vida pública, Plínio só lembrava ter tido derrotas, mas acreditava sempre ter defendido o lado certo.

Nos anos 50, Plínio iniciou sua militância política na juventude católica, e depois no PDC Partido Democrata Cristão, um partido considerado de direita. Perguntado sobre como pode mudar tanto de posição política a ponto de estar, em 2010, em um partido de esquerda, Plínio disse que ele sempre manteve a mesma posição, “os outros partidos é que foram para a direita”.

Economia

Plínio foi um dos 100 nomes cassados no Ato Institucional n. 1, do golpe de 1964. Exilou-se no Chile, onde passou a trabalhar em projetos da FAO/ONU, organização para alimentação e agricultura. Já desde seu mandato como Deputado Federal, em 1963, Plínio defendia a reforma agrária e atuou nos debates do projeto de lei do Estatuto da Terra.

Por esse motivo, foi sempre considerado um aliado da reforma agrária, tendo sido presidente da ABRA, Associação Brasileira de Reforma Agrária.

Em 1980, participa da fundação do PT, partido no qual permaneceria filiado por mais de 20 anos, sendo uma grande referência. Foi eleito deputado federal constituinte em 1985. Depois disso, Plínio disputaria com Luiza Erundina a indicação para a candidatura à prefeitura de São Paulo pelo PT, tendo ela sido escolhida. Nas eleições municipais, Erundina seria eleita prefeita de São Paulo, em um dos melhores momentos do PT.

Em 2005, Plínio disputa a eleição interna para a presidência do PT, apoiado por algumas correntes internas entre elas a Força Socialista/Ação Popular Socialista. Depois da eleição, que foi vencida por Ricardo Berzoini, Plínio e diversos outros integrantes do campo que o apoiou nas eleições internas do PT, consideraram que não havia mais viabilidade para a atuação de esquerda dentro daquele partido e filiaram-se ao Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, onde, em 2006, Plínio seria candidato a governador de São Paulo, tendo recebido cerca de 3% dos votos.

Plínio morreu no dia 8 de julho de 2014, aos 84 anos, em decorrência das complicações de um câncer. Deixou um grande legado e as melhores memórias. Plínio, sempre presente.

*Bruno Meirinho é advogado, foi candidato a prefeito de Curitiba. É o coordenador local da Fundação Lauro Campos, instituição de formação política do PSOL. Ele escreve no Blog do Esmael às sextas-feiras sobre “Luta e Esperança”.

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