Luiz Claudio Romanelli: Paraná terra de todas as gentes

romanelli_refugiadosO deputado Luiz Claudio Romanelli, em sua coluna desta segunda (25), faz uma homenagem em canto e proza a todas as gentes que habitam o Paraná. Segundo o colunista, por ser acolhedor, o estado foi o primeiro do país a criar o Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas. Abaixo, leia, ouça, comente e compartilhe a íntegra do texto:

Paraná terra de todas as gentes

Luiz Cláudio Romanelli*

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“Levo comigo onde estiver Esta vontade, esta paixão e fé
E em toda parte quero cantar
A força e a coragem do povo do Paraná”
(Amor ao Paraná. Letra de Tereza Souza, César de Mercês e Lula Barbosa)

Em 1974, depois de mais de quinze anos de obras, Curitiba ganhou o Guairão. Em 12 de dezembro daquele ano, em noite de gala, foi inaugurado o grande auditório do Teatro Guaíra, batizado Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto em homenagem ao ex-governador que iniciou a construção. A peça de estreia foi “Paraná, Terra de Todas as Gentes”, de autoria do jornalista Adherbal Fortes de Sá Jr e do músico e publicitário Paulo Vítola (ambos ainda na ativa e merecidamente no rol dos imortais integrantes da Academia Paranaense de Letras). O espetáculo musical foi um sucesso- retratava a construção do Paraná
moderno, destacando a contribuição dos imigrantes de várias etnias para a formação do Estado paranaense.

Nem é preciso dizer o quanto Curitiba e o Paraná mudaram desde então. A capital provinciana virou um centro cosmopolita e moderno, o Estado eminentemente agrícola cresceu, diversificou sua economia,
industrializou-se, o campo e as cidades prosperaram. Mas quem, como eu, visita periodicamente as várias regiões do Estado, sabe que uma coisa não mudou: o Paraná continua a ser a terra de todas as gentes.

Economia

No Norte, paulistas, mineiros e descendentes de japoneses. No Sul, descendentes de ucranianos, poloneses e suábios. No Oeste e Sudoeste, gaúchos e descendentes de italianos e alemães. Nos Campos Gerais, descendentes de holandeses e paranaenses quatrocentões. Em Curitiba, descendentes de italianos, libaneses, sírios, chineses, judeus, japoneses, alemães, coreanos, espanhóis, portugueses e migrantes de todo Brasil Em todas as regiões, uma bem sucedida mistura de gente de todo lugar.

Pé vermelho que sou- nasci em Londrina- tenho muito orgulho de ser paranaense. Bairrismos à parte, o Paraná é um grande lugar para se viver, em grande medida pela diversidade e generosidade de seu povo.
Sempre digo que o melhor do Paraná são os paranaenses, nascidos aqui ou por adoção e coração.

Se no passado o Estado acolheu de braços abertos imigrantes europeus e orientais em busca de um lugar onde se estabelecer em paz, cultivar a terra e criar raízes, mais recentemente acolhemos migrantes que procuravam qualidade de vida, infraestrutura e serviços públicos de qualidade. Hoje recebemos refugiados, especialmente haitianos e sírios, em busca de uma perspectiva de vida e de futuro que lhes é negado em seus países de origem. Não à toa, o Paraná foi o primeiro Estado do Brasil a criar um Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná, que integra a estrutura da Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos. O grande desafio na recepção aos refugiados é assegurar-lhes trabalho e renda, num momento delicado da economia brasileira. E garantir que sejam acolhidos com respeito, sem discriminação.

Por ter orgulho dos paranaense e do Paraná, acredito que precisamos divulgar e investir mais no potencial turístico do nosso Estado. Para além das Cataratas do Iguaçu, consagradas como uma das sete maravilhas da natureza e que atraem milhares de turistas do mundo todo, temos lugares maravilhosos para o turismo que são desconhecidos dos próprios paranaenses.

Um exemplo: as belas cachoeiras do Salto Cavalcanti, em Tomazina, no Norte Pioneiro. Outro: a belíssima Represa de Xavantes, em Carlópolis, também no Norte Pioneiro. No município, anualmente é realizado um Torneio de Pesca que atrai milhares de pescadores.

Mas temos centenas de outras localidades que poderiam atrair mais turistas, se tivessem uma melhor estrutura de recepção e divulgação.

No litoral, um exemplo é a Ilha do Mel, om suas praias de águas límpidas, o Farol e a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres- mas com uma infraestrutura precária- os trapiches precisam de reparos, não existe saneamento básico e o abastecimento de água é insuficiente na temporada de verão. As taxas cobradas para o acesso à Ilha não são revertidas em benefícios para os moradores e visitantes.

Ainda no litoral, Guaraqueçaba é outro bom exemplo. Poderia atrair os adeptos do turismo ecológico e de aventura se recebesse investimentos para melhorar o acesso e a estrutura de serviços. E poderia listar mais dezenas de outros municípios aos quais falta apoio para eventos e atração de visitantes.

Como homenagem aos paranaenses, reproduzo aqui a bela letra da música Amor ao Paraná, de Tereza Souza, Lula Barbosa e César de Mercês, gravada pelo Gaúcho da Fronteira:

Com muita coragem de pioneiro
Coração brasileiro, gente de todo lugar
Trabalhando o tempo inteiro o chão vermelho fez brotar
O sentimento verdadeiro de amor ao Paraná

E no campo e na cidade este povo prosperou
Fruto da honestidade que a palavra se empenhou
Pois a gente dessa terra não se cansa de falar
A palavra corajosa de amor ao Paraná

Levo comigo onde estiver
Esta vontade, esta paixão e fé
E em toda parte quero cantar
A força e a coragem do povo do Paraná.

Paz e bem e uma ótima semana a todas e todos.

*Luiz Cláudio Romanelli, advogado e especialista em gestão urbana, ex-secretário da Habitação, ex-presidente da Cohapar, e ex-secretário do Trabalho, é deputado pelo PSB e líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná. Escreve às segundas-feiras sobre Poder e Governo.

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