Aumentar salários do judiciário como ‘moeda de troca’ é canalhice dos golpistas

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É justo, justíssimo, que uma ou mais corporação reivindique melhorias salariais. Pensar diferente, limitado ao campo moral dessa medida, é armadilha da velha mídia golpista que quer jogar o funcionalismo público agraciado no colo do golpe.

O que é canalhice é usar isso como moeda de troca, conditio sine qua non, para aprovar o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff.

Só mesmo um beócio para não perceber um sistema de troca de favores, aliás, revelada pelos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) nas famigeradas gravações do neodelator Sérgio Machado (PSDB), ex-presidente do Transpetro.

De acordo com os áudios de Renan, o presidente do STF Ricardo Lewandowski só procurava Dilma para “falar de aumento” ao invés de discutir o país.

O presidente do Senado também disse que todos os ministros do Supremo estavam “putos com ela”, porque não negociava esses aumentos aprovados na noite de quarta (1º) pela Câmara (agora votação segue para o Senado).

Economia

Também não é pecado que outras castas pleiteiem aumento em seus vencimentos. Embora a luta corporativa seja a expressão máxima do individualismo.

Nem há que se entrar no mérito da moralidade dos 41% para dezesseis categorias.

O problema é que o presidente interino utiliza esse “aumentão” em detrimento da sociedade em geral, que soma 11,4 milhões de desempregados, para consumar o golpe de Estado.

Temer cria um grupo distinto, de privilegiados, para assegurar que nada lhe faltará no judiciário – e não tem faltado – durante o processo de afastamento definitivo da presidente eleita.

Após o impeachment, segundo as gravações, Supremo e golpistas param as investigações da Lava Jato. Eis o script.

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