Alvaro reafirma independência do PV em relação ao governo Temer

alvaro_pvO senador Alvaro Dias (PV-PR), em sua coluna de hoje (25), detalha o posicionamento do Partido Verde acerca da independência em relação ao governo interino de Michel Temer (PMDB). Segundo informação do parlamentar verde, a agremiação “não participa da base aliada do governo” mesmo tendo um filiado — Sarney Filho — ocupando o Ministério do Meio Ambiente. De acordo com o colunista, “foi uma escolha pessoal de Temer”. A declaração de Alvaro, reafirmada nesta quarta, ocorreu no mesmo dia em que vieram à tona áudios do ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RJ), revelando uma trama para barrar as investigações da Lava Jato. Leia, ouça, comente e compartilhe a íntegra do texto abaixo:

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Independência em relação ao governo

Alvaro Dias*

A Executiva do Partido Verde se reuniu, na última segunda-feira em Brasília, e decidiu, por aclamação, adotar uma postura de independência em relação ao governo Temer. Ou seja, o PV não participa da base aliada do governo. Poderão me perguntar: mas há um ministro filiado ao Partido Verde! Realmente, Sarney Filho foi escolhido pelo presidente interino Michel Temer para o Ministério do Meio Ambiente, mas não houve deliberação partidária; foi uma escolha pessoal de Temer.

Desde o primeiro momento, manifestei-me favoravelmente a essa postura, já que é simples: na democracia, quem se elege governa, e quem perde fiscaliza, faz oposição. O governo Temer foi eleito com Dilma em 2014. As circunstâncias levaram o vice a assumir a Presidência, mas o governo é o mesmo eleito em 2014. A nós que perdemos as eleições cabe o papel de fiscais do governo. E, nessa circunstância, mais importante do que ocupar um cargo no governo é exercer a fiscalização. O País necessita de fiscais, porque a cultura política brasileira é a do adesismo fácil. Foi o que se verificou, nos últimos dias, com muitos correndo desesperadamente para a sombra do poder.

Economia

Cabe, portanto, ao Partido Verde esse papel de lealdade ao País, fiscalizando quem governa, sobretudo porque nós não compactuamos com esse modelo. O sistema de governança não foi substituído. O presidente interino não fez a leitura correta do manifesto de protesto escrito nas ruas do País pelo povo brasileiro. O povo não pediu apenas a substituição de um presidente por outro; pediu a substituição desse modelo promíscuo e que abriu as portas para a corrupção. O que verificamos foi a manutenção do modelo com investigados na Operação Lava Jato nomeados Ministros de Estado.

Manteremos uma postura crítica, condenando os erros, mas aprovando os acertos do governo, como a escolha da equipe econômica. São técnicos qualificados, que merecem um voto de confiança na busca de alternativas para a crise econômica que se aprofundou, promovendo inflação, recessão e desemprego.

Mas não tenho nenhuma dúvida de que, sem a substituição do modelo de governança baseado no loteamento de cargos e no balcão de negócios, o País não alcançará os índices de crescimento econômico compatíveis com as suas potencialidades.

*Alvaro Dias é senador pelo Partido Verde. Ele escreve nas quartas-feiras para o Blog do Esmael sobre “Ética na Política”.

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