Enio Verri*
Quanto vale uma vida? Imensurável e incalculável para a grande maioria, uma vida para o Governador Beto Richa (PSDB), o comando da Polícia Militar do Paraná e a uma minoria fascista e endinheirada que promove a violência e comemora a morte de trabalhadores, é insignificante
Prestes a completar um ano do massacre contra os professores, no dia 29 de abril de 2015, quando o governador e o ex-secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini (SD), colocaram a PM contra os servidores públicos que exigiam apenas os seus direitos, o Governo do Paraná apronta, novamente. Agora, o resultado foi duas mortes e noves feridos.
Na última quinta-feira (07), a Polícia Militar, covardemente, entrou em confronto com trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST), acampados no Dom Tomás Baduíno, em Quedas do Iguaçu, vitimando Vilmar Bordim, pai de três filhos e Leomar Bhorbak, que deixa a esposa grávida de nove meses. Uma tragédia que envolve a madeireira Araupel, que há décadas, segundo o Incra, explora ilegalmente a área.
Após a Araupel perder em todas as instâncias julgadas até o momento, as fazendas foram destinadas a União. O MST, que ocupa as terras, pede rapidez na destinação das mesmas a reforma agrária. Já a madeireira, que financiou a campanha de Richa, entre outros candidatos tucanos, questiona a decisão judicial e a presença do movimento na região.
Sob fortes indícios que comprovam uma emboscada e execução dos trabalhadores por parte da polícia ambiental, equipe da Ronda Tática Motorizada (Rotam) e jagunços da empresa Arapuel, levanta-se não somente toda a indignação com a falta de respeito a vida, como ainda, uma série de questionamentos a ação do Governo do Estado, em uma terra de responsabilidade da União.
Questionamentos que corroboram como a necessidade de uma investigação profunda e imediata que interrogue não só os pretextos que levaram a ação, como ainda, as responsabilidades e consequências aos autores do crime, independentemente de seu nível de participação. Que tragam justiça e paz a todas as vítimas e que impeça essa triste realidade que há tempos ameaça os movimentos sociais.
É com muito pesar e respeito aos familiares das duas vítimas fatais e ao Movimento dos Sem Terra, que cobra-se investigação e atenção dos órgãos responsáveis contra os abusos e truculência da PM de Beto Richa que tem vitimado trabalhadores, servidores públicos, professores, entre tantos outros.
O Paraná não merece o ódio e agressões a qualquer cidadão que luta e exige seus direitos constitucionais. Nem mesmo a perda de sua vida por um projeto de poder ou qualquer anseio monetário.
*Enio Verri é deputado federal, presidente do PT do Paraná e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná. Escreve nas terças sobre poder e socialismo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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