Ela vai se fechar e poucos se darão conta de que esteve aberta um dia: a janela da infidelidade, que permite ao político trocar de sigla sem que seja punido com a perda do mandato.
O sequestro do ex-presidente Lula e a tentativa de golpe de Estado, numa articulação diabólica entre setores do judiciário e da mídia, ganhou a atenção majoritária da frente política e dos brasileiros.
Não há ainda um balanço parcial do troca-troca partidária, mas, estima-se, poderá ficar aquém do que se previa anteriormente. De 10 a 20% deverão pular a janela da infidelidade até o próximo dia 12.
No Paraná, a principal pulada de janela – antigamente era cerca – foi protagonizada pelo deputado licenciado Ratinho Júnior. Ele trocou o PSC pelo PSD, mas já tem problemas na nova agremiação.
Segundo uma fonte do Blog do Esmael que frequenta a toca de Ratinho, o pai Ratão esteve com o presidente nacional do PSD, ministro Gilberto Kassab (Cidades), para reivindicar a presidência estadual da sigla. Hoje, o partido é comandado pelo secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra, que não quer largar o osso.
Além disso, os remanescentes do PSD temem o rumo que Ratinho Júnior tomará nas eleições de 2016 – um deles, transformar a legenda em linha auxiliar do governador Beto Richa (PSDB) na eleição de Curitiba.
Para complicar o “jogo do bicho”, há quem proclame que Ratinho Junior, por conta de Kassab, passe defender a presidente Dilma Rousseff. O PSD é da base de sustentação do governo federal no Congresso.
Também bateu na trave a transferência do deputado Fernando Francischini do SD para o PSC, pois, bem no dia que sacramentaria a migração saiu reportagem na IstoÉ apontando-o como cobrador de “pedágio” para não convocar à CPI da Petrobras.
Pastor Everaldo, o presidente nacional do PSC, antigo partido de Ratinho e novo de Bolsonaro, puxou o freio de mão. Deixou Batman na saudade.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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