Sem condições morais de votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, deputados e senadores querem pressioná-la a renunciar ao cargo já na semana que vem.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são investigados por corrupção na Petrobras. O primeiro é alvo de 7 inquéritos na Lava Jato e o segundo já é réu no Supremo.
Parlamentares das duas Casas desejam evitar desgastes que poderiam causar um golpe na Constituição Federal, pois, sem legitimidade, eles também temem a História, em perspectiva, e a reprovação internacional, de imediato.
Neste feriadão de Páscoa, um grupo suprapartidário de senadores trocaram informações pelo WhatsApp – e por telefone – com o objetivo de preparar uma ofensiva na semana que vem para “convencer” a presidente jogar a toalha.
Os congressistas golpistas não terão trabalho fácil pela frente, a julgar pelas últimas declarações da presidente publicadas nesta sexta-feira (25) nos jornais estrangeiros.
Ao jornal espanhol El País, por exemplo, Dilma repetiu que a oposição teme tirá-la da Presidência sem motivo para tal. “Querem a renúncia para evitar o constrangimento de me tirar de forma ilegal”, afirmou.
Já o francês Le Monde registrou que a presidente disse que para tirá-la do poder é preciso ter provas. “Um impeachment sem base jurídica é um golpe de Estado. É perigoso e pode causar cicatrizes profundas na democracia brasileira”, alertou Dilma.
É fato que os golpistas não dormem, eles conspiram. Entretanto, a presidente Dilma Rousseff, até agora, continua inerte e aceita o jogo da judicialização da política e do seu mandato.
Até agora, Dilma não apresentou um projeto econômico “à esquerda” para sair da crise, como pedem as ruas de todo o país. Ela topou o jogo dos golpistas que ameaçam derrubá-la antes na virada do mês – tal qual o golpe de 1964.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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