Coluna do Jorge Bernardi: Beto Richa, corrupção e o foro privilegiado

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Em sua coluna deste sábado (19), o vereador Jorge Bernardi (REDE) aborda as denúncias que pesam sobre o governador Beto Richa (PSDB) e o princípio do foro privilegiado que favoreceria os governantes nesse patamar. Segundo Bernardi, a Operação Publicano, que envolve o governador, é a maior investigação de corrupção de todos os tempos na história do Paraná. Ele cita também a corrupção na educação, via construtora Valor, que recebia verbas sem ter executado as obras de construção ou reforma de escolas. Por isso, segundo o vereador, Richa deve tentar manter o foro privilegiado ao fim do seu mandato no governo. Leia, ouça, comente e compartilhe.

Jorge Bernardi*

Diante do furacão dos últimos dias, com pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula, manifestações de 13 de março, delação do senador Delcídio do Amaral, a revelação da conversa de Dilma e Lula e a convulsão social que se seguiu, uma notícia também importante teve pouco destaque na imprensa local e nacional: trata-se da autorização do Superior Tribunal de Justiça, STJ, para investigar o governador do Paraná, Beto Richa, acusado de financiar a campanha à reeleição de 2014 com dinheiro de corrupção.

Beto Richa foi acusado, pelo auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, um dos delatores da Operação Publicano, de ter sido beneficiário de um esquema de corrupção, comandado por Luiz Abi, primo do governador, recebendo R$ 4,3 milhões desviado dos cofres públicos. O esquema foi montado nas delegacias da Receita Estadual de Curitiba, Londrina, Maringá, Umuarama, Cascavel, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa.

A Operação Publicano já é, a maior investigação de corrupção de todos os tempos envolvendo Governo do Paraná. Em cinco fases da Publicano já são 318 réus, entre os quais 45 de Londrina, o epicentro de toda a operação. As empresas envolvidas mais de 800 milhões de reais, nos últimos anos, em troca de propina aos fiscais e financiando a campanha do governador.

Economia

Há outra provável delação que está tirando o sono do governador do Paraná é a do dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, que cumpre prisão preventiva, por desvios de R$ 20 milhões na construção de escolas na Secretaria da Educação. A investigação que ficou conhecida como Operação Quadro Negro é vista com grande preocupação no Centro Cívico, já que deverá atingir agentes públicos não apenas do Governo do Paraná mas também na Assembleia Legislativa.

Por enquanto o dono da Construtora Valor não abriu a boca. Porém o tempo está passando e, a cada nova deleção no Lava Jato, encoraja o empresário a tomar uma decisão que possa livrá-lo de um longo período de prisão, entregando todos os seus cumplices nestes crimes.

Como o ex-presidente Lula, que agora tem foro privilegiado, por ser Ministro da Casa Civil, o mesmo ocorre com o Governador Beto Richa, que está sendo investigado pelo STJ. Há deputados estaduais apostando que Richa vai desistir da candidatura ao Senado, onde corre risco de perder, candidatando-se a deputado federal para manter o foro privilegiado.

*Jorge Bernardi, vereador de Curitiba (REDE), é advogado e jornalista. Mestre e doutorando em gestão urbana, ele escreve aos sábados no Blog do Esmael.

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