O governador Beto Richa (PSDB) se cansou das operações e ações do Poder Judiciário que lhe impuseram tímidas, porém, estratégicas derrotas, principalmente naquelas de ordem moral. Exemplo concreto disso é a Operação Publicano, do Gaeco, cuja investigação avançou até o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por isso, agora, ele decidiu partir para o contra-ataque contra a magistratura.
O tucano não tromba de frente com juízes, promotores, procuradores, evidentemente. O modus operandi dele é sofisticado e utiliza “força de trabalho” terceirizada – uma espécie de freelancers.
Uma das estratégias do Palácio Iguaçu tem como objetivo questionar moralmente os homens da capa preta. Ou seja, cobra o judiciário na mesma moeda que o governador é cobrado.
Não que a magistratura não tenha exagerado nos penduricalhos que dá salário de marajás a alguns juízes, procuradores e promotores.
Mas o que chama a atenção do Blog do Esmael é a quantidade de entidades patronais, as ligadas aos coxinhas, ensaiando abrir fogo contra o que elas consideram “mordomias” no judiciário paranaense, dentre as quais o auxílio-moradia. Coincidência ou não, essas organizações têm relações umbilicais com o governador Beto Richa.
Como ninguém é tonto nem nasceu ontem, se deduz que está em curso uma ofensiva contra o judiciário visando tirar o tucano da vitrine (foco midiático). A pancadaria contra os juízes — aos quais não nutro simpatia alguma — é diabolicamente estudada, planejada e executada.
Para complicar mais ainda, até os participantes BBB16 folgaram em sapecar o inquilino do Palácio Iguaçu.
Note o caro leitor que antes o “culpado” pelas travessuras do tucano era o PT. Agora o diabo da vez é o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).
A falta de dinheiro para aguentar os elevados custos do TJPR possivelmente fez o amor sair correndo pela janela.
Portanto, parece que o namoro entre Richa e judiciário chegou ao fim. Ou é amor bandido, como se falava antigamente?
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.