Marcelo Araújo*
Primeiramente quero cumprimentar o leitor e ouvinte da minha coluna no Blog do Esmael, os que concordam e discordam das minhas opiniões, em especial àqueles que dedicam seu tempo a comentar, protegidos ou não pelo anonimato e pelo pseudônimo, os quais sempre que possível procuro responder.
Apesar da crença que o ano só começa a partir de amanhã, à tarde, no cenário político municipal já tivemos um aperitivo interessante com a sabatina da Gazeta do Povo aos pré-candidatos à prefeitura de Curitiba que se deu a partir de 18 de janeiro.
Houve a participação de sete pré-candidatos escolhidos pelo aleatório critério de possuir mais de 4% de índice nas pesquisas. Me parece que este critério de corte nesse momento preliminar não ofereceu a todos a oportunidade de se expor e expor. Ter índice abaixo de 4% não significa necessária indiferença ao processo eleitoral, pois 5 candidatos com 3% representariam 15% dos votos, sem as margens de erro.
Uma análise do perfil dos pré-candidatos também expôs um lado preconceituoso do jornal, pois apenas citou e não entrevistou duas mulheres e ainda destacou a ausência de um negro, mesmo já tendo feito correções em matérias anteriores reconhecendo a presença de um negro, o que mostra que quem escreve na Gazeta não lê a Gazeta.
Mas, o mais surpreendente, inesperado, inexplicável e em momento algum analisado pela Gazeta foi a ‘recusa’ do atual prefeito a participar da sabatina. Não se analisou se é estratégia de não se expor e não arriscar queda nos atuais índices, se é medo ou falta de propostas.
Ao contrário, numa inversão de valores o jornal foi desrespeitoso àqueles que se dispuseram a participar da sabatina, covardemente acusados de frágeis tecnicamente e ignorantes da realidade, impossibilidade de realizações e falsa valentia. Entre acusar de falsa valentia e não apontar a declarada covardia do atual prefeito não sei o que é pior.
O fato é que os sabatinados, tratados pela alcunha de ‘bolas murchas’, genericamente criticados, deveriam interpelar o periódico para esclarecer quem é acusado do que e sob quais fundamentos e provas, ou meras palavras lançadas a esmo.
Vamos ver até onde a estratégia avestruz do atual prefeito receberá essa blindagem, pois nem precisa ser analista político para concluir que ele é tecnicamente frágil, ignorante da realidade, não realiza nada e estraga o que estava bom. Ou seja, não é um falso valente, mas um declarado covarde. Um verdadeiro bola murcha!
De multa eu entendo!
*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas terças-feiras para o Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.