Fábio Silveira disseca corrupção de tucanos: “Beto Richa tem razão”

O jornalista, professor e blogueiro Fábio Silveira, do excelente blog Baixo Clero, de Londrina, em tom de ácida ironia, afirma que pela primeira vez “concorda” com o governador tucano: “Beto Richa tem razão”, crava ao observar que “quando alguém procura alguma coisa errada nas gestões do PSDB para rebater ou contrabalançar o que há de errado na gestão nacional do PT, sobra para o tucano paranaense”; para o blogueiro londrinense, Richa acerta em parte no diagnóstico e erra noutra quando é lançado às feras para que sejam poupados outros tucanos de escalões mais altos, como Aécio Neves, citado recentemente como destinatário de “um terço” de uma propina paga pelos delatores do petrolão; “Em parte, porque o erro está em usar isso como desculpa para não dar as explicações que ele e a sua gestão devem à sociedade”, analisa Fábio Silveira; o titular do Baixo Clero ainda recorda das investigações das Operações Publicano e Quadro Negro, ambas com amigos do tucano envolvidos em escândalos de corrupção, que, segundo o Gaeco, irrigaram a campanha de reeleição de Beto Richa; leia, opine, e compartilhe o ácido texto.
O jornalista, professor e blogueiro Fábio Silveira, do excelente blog Baixo Clero, de Londrina, em tom de ácida ironia, afirma que pela primeira vez “concorda” com o governador tucano: “Beto Richa tem razão”, crava ao observar que “quando alguém procura alguma coisa errada nas gestões do PSDB para rebater ou contrabalançar o que há de errado na gestão nacional do PT, sobra para o tucano paranaense”; para o blogueiro londrinense, Richa acerta em parte no diagnóstico e erra noutra quando é lançado às feras para que sejam poupados outros tucanos de escalões mais altos, como Aécio Neves, citado recentemente como destinatário de “um terço” de uma propina paga pelos delatores do petrolão; “Em parte, porque o erro está em usar isso como desculpa para não dar as explicações que ele e a sua gestão devem à sociedade”, disseca Fábio Silveira; o titular do Baixo Clero ainda recorda das investigações das Operações Publicano e Quadro Negro, ambas com amigos do tucano envolvidos em escândalos de corrupção, que, segundo o Gaeco, irrigaram a campanha de reeleição de Beto Richa; leia, opine, e compartilhe o ácido texto.

por Fábio Silveira, do blog Baixo Clero, de Londrina

O governador Beto Richa (PSDB) costuma atribuir as más notícias para o seu governo, ao uso da sua gestão como “contrapeso” no “Fla-Flu” que PSDB e PT disputam nacionalmente. O raciocínio é que quando alguém procura alguma coisa errada nas gestões do PSDB para rebater ou contrabalançar o que há de errado na gestão nacional do PT, sobra para o tucano paranaense. Ainda segundo esse raciocínio, quando alguém tenta mostrar que não bate só no PT, procura algo da gestão Beto Richa para demonstrar equilíbrio editorial. A conclusão é que denúncias de irregularidades ocorridas na gestão Richa, como as apuradas nas operações Publicano e Quadro Negro, ganhariam notoriedade nacional porque o paranaense funcionaria como contrapeso no “Fla-Flu”.

Beto Richa acerta em parte no diagnóstico. Em parte, porque o erro está em usar isso como desculpa para não dar as explicações que ele e a sua gestão devem à sociedade. Por exemplo, o companheiro de Richa de cockpit, Márcio Lima, que na gestão do tucano foi alçado à condição de inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, é uma das figuras centrais no escândalo apurado pela Operação Publicano, do Gaeco de Londrina. Além disso, uma das denúncias é de que dinheiro de propina recebida de empresários que pagaram por fora para pagar menos impostos foi para o caixa da campanha de Richa à reeleição. A Procuradoria Geral da República (PGR) demonstrou interesse em investigar essa denúncia.

Na Operação Quadro Negro, mais denúncias de que dinheiro recebido indevidamente por uma construtora – ela recebeu sem ter feito parte das obras – também teria alimentado o caixa da campanha da reeleição de Richa e de pelo menos três deputados estaduais que o apoiam.

Recentemente Richa foi “rifado” pela revista Veja, notoriamente favorável ao PSDB. Foi tratado como “tucano problema” (como se fosse o único. Assim, como, obviamente, é impossível apontar só um “petista problema”, já que são vários). A revista que não poupa elogios aos tucanos e que em janeiro publicou uma pesquisa que apontava São Paulo e Paraná como os primeiros colocados em rankings de educação e segurança (não, não foi matéria do site sensacionalista), desancou Richa e os problemas investigados nas duas frentes abertas pelo Gaeco.

Richa tem certa razão ao reclamar do destaque negativo que ganha, tornando-se um contrapeso. Mas erra no diagnóstico. Ele é lançado às feras para que sejam poupados outros tucanos de escalões mais altos, como Aécio Neves, citado recentemente como destinatário de “um terço” de uma propina paga pelos delatores do petrolão, e os tucanos de São Paulo sempre sensíveis a investigações independentes sobre os problemas nas obras do metrô.

Economia

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