Jorge Bernardi*
Num tempo em a extrema direita pede a volta dos militares ao poder, as Forças Armadas deram um exemplo de civismo ao sair as ruas, na última semana, para combater o inimigo público nº 1, o mosquito Aedes Aegypti.
Mais de 220 mil homens e mulheres, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, estão percorrendo casa por casa de mais de 400 cidades brasileiras orientando as pessoas sobre os perigos e as doenças causadas por este mosquito, que transmite doenças como a dengue, chikungunya e o vírus Zika.
Já falaram até em suspender as Olimpíadas no Rio de Janeiro deste ano, caso a epidemia se agrave. O vírus Zika está infectando milhares de pessoas no Brasil e no mundo, causando morte e microcefalia em bebês. E pensar que o Brasil, há cerca de 60 anos, em 1955, extinguiu o Aedes Aegypti. Saliente-se que os cientistas ainda não tem certeza absoluta de que o vírus Zika é transmitido por este mosquito.
Acompanhei o trabalho dos militares no bairro onde moro em Curitiba, no sábado 13/02, e pude ver e ouvir, vários moradores agradecendo a eles por levar orientações sobre como combater e evitar os focos do mosquito. Pude perceber que as pessoas se sentiam seguras, protegidas, cuidadas.
Os militares estavam cumprindo o que diz a Constituição (art. 147): “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
As Forças Armadas são essenciais no estado democrático de direito na defesa da nação, garantia dos direitos fundamentais e na manutenção da lei e da ordem. Aos militares não é permitido se sindicalizarem, fazerem greve e se filiarem a partidos políticos.
Os brasileiros querem as Forças Armadas auxiliando no combate ao crime organizado, construindo estradas, ferrovias, protegendo fronteiras, espaço aéreo, e os nossos mares. A nação não aceita e nem mesmo os militares querem outras atribuições a não ser aquelas que a Constituição lhes assegura.
Pregar a volta do regime militar é uma violência contra a Pátria, o povo, o estado democrático de direito. Um retrocesso inaceitável. Por pior que seja a democracia, ainda não se inventou uma forma melhor de governo.
Militares nas ruas só combatendo o mosquito que está matando os brasileiros.
*Jorge Bernardi, vereador de Curitiba (Rede), é advogado e jornalista. Mestre e doutorando em gestão urbana, ele escreve aos sábados no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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