Racha tucano divide direita em 2018

do Brasil 247

Maiores lideranças tucanas se assanham para a disputa eleitoral de 2018, por verem no próximo pleito a chance real de retornar ao Planalto; mas quem será o candidato do PSDB?; com tantos postulantes (Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin), o partido poderá perder os seus dois principais líderes paulistas para outras legendas; o governador de SP acena para o PSB enquanto Serra trabalha para ser o nome do PMDB; até o senador Álvaro Dias já anunciou que deixará o PSDB com destino ao PV para ser candidato a presidente em 2018; enquanto isso, o DEM, aliado histórico dos tucanos, ensaia uma candidatura do senador Ronaldo Caiado; que consequências essa fragmentação terá para o projeto da direita?; próximas pesquisas de diversos institutos deverão testar cenários; Aécio se manterá numericamente na dianteira se tiver como adversários seus companheiros de partido, além de Marina Silva e Lula?; com quantos jogadores a direita enfrentará o próximo jogo?
Maiores lideranças tucanas se assanham para a disputa eleitoral de 2018, por verem no próximo pleito a chance real de retornar ao Planalto; mas quem será o candidato do PSDB?; com tantos postulantes (Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin), o partido poderá perder os seus dois principais líderes paulistas para outras legendas; o governador de SP acena para o PSB enquanto Serra trabalha para ser o nome do PMDB; até o senador Álvaro Dias já anunciou que deixará o PSDB com destino ao PV para ser candidato a presidente em 2018; enquanto isso, o DEM, aliado histórico dos tucanos, ensaia uma candidatura do senador Ronaldo Caiado; que consequências essa fragmentação terá para o projeto da direita?; próximas pesquisas de diversos institutos deverão testar cenários; Aécio se manterá numericamente na dianteira se tiver como adversários seus companheiros de partido, além de Marina Silva e Lula?; com quantos jogadores a direita enfrentará o próximo jogo?

A unidade sempre foi um objetivo difícil de ser alcançado dentro do PSDB. E mesmo agora, diante das fragilidades do atual governo e da perda de apoio do PT na sociedade, os tucanos não mudam este quadro. Pelo que sinalizam suas principais lideranças, essa fragmentação tende a ganhar contornos mais sérios com o lançamento de várias candidaturas em 2018, por diversos partidos em busca do lugar ocupado hoje por Dilma Rousseff. Os senadores Aécio Neves, José Serra e Álvaro Dias e o governador Geraldo Alckmin poderão ser candidatos a presidente na próxima eleição. No quadro que se desenha, Aécio é o único que se manteria no PSDB. Alckmin começa a acenar para o PSB e José Serra deseja abrigo no PMDB, enquanto Álvaro Dias é o mais adiantado neste assunto: ele já anunciou que se filiará ao PV para disputar a presidência. Em se confirmando este cenário, como ficará a direita no Brasil e quem terá mais chances de se tornar o principal adversário de Lula? O ex-presidente caminha para disputar novamente o comando do país, fortalecido numa ampla frente de esquerda.

Desde 2002 que os tucanos não marcham unidos nas eleições presidenciais: Serra, Alckmin e Aécio se alternaram nas disputas contra o PT, sempre levando a pior. E um dos motivos apontados em todos os pleitos foi a falta de empenho da parte de um pelo outro. Mas para 2018, esta divisão pode chegar ao extremo, com os tucanos deixando seus ninhos para se enfrentarem de frente, sem subterfúgios. Os demais partidos acompanham a movimentação de forma atenta. Tanto PSB quanto PMDB desejam lançar candidatura própria a presidente, mas não possuem nomes nacionais ou candidatos naturais entre seus filiados para concretizar tal intento. No caso do PSB, o diretório paulista comanda hoje a legenda e é muito próximo de Alckmin, tanto que o vice-governador do Estado, Márcio França, da sigla socialista, é o maior entusiasta desta possibilidade. Já o PMDB, extremamente tocado pela operação Lava Jato, pode ter em Serra um nome nacional para se lançar à disputa.

O PSB aposta no acirramento da disputa interna no PSDB entre Alckmin e Aécio e já se prepara para receber o governador paulista. O assunto já foi tema inclusive de reuniões da Executiva da legenda. A ideia é trabalhar com o surgimento de “um novo Alckmin”, que foi contra o acordo da bancada tucana na Câmara com Eduardo Cunha e um dos últimos do PSDB a embarcar na tese do impeachment de Dilma (leia aqui). Em publicação desta sexta-feira (25), o jornalista Kennedy Alencar diz que “a situação de Alckmin no PSDB é delicada”. “Hoje, quem controla a máquina tucana é Aécio, que preside o partido e facilmente venceria uma disputa interna pela indicação para disputar a Presidência da República pelo PSDB. Se permanecer no partido, Alckmin dependerá de um lance de sorte para concorrer ao Palácio do Planalto”, afirma. A disputa interna do PSDB de SP pela indicação do candidato a prefeito pode ser o argumento para que Alckmin deixa a legenda, informa o jornalista.

“Esse isolamento no PSDB nacional explica por que Alckmin escolheu apoiar o empresário João Dória para disputar a Prefeitura de São Paulo. Dória é quem faz a ponte de Alckmin com empresários, inclusive para arrecadar recursos eleitorais. Aécio, o senador José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso preferem que o vereador Andrea Matarazzo seja o candidato a prefeito. Se o PSDB atropelar Alckmin e impuser Matarazzo, o governador ganhará desculpa para sair do partido e ingressar no PSB”, explica (leia aqui).

Economia

Já Serra tem se aproximado bastante do PMDB, tanto que seu nome é sempre lembrado como um dos possíveis integrantes da equipe de Michel Temer, se este se tornasse presidente, caso o impedimento de Dilma se concretizasse. Serra está empenhado no projeto: além de aproximar de Temer, também está mais perto de Renan Calheiros e até do ex-senador José Sarney, rompido com ele há mais de uma década (leia mais aqui).

Aécio, por sua vez, mesmo tendo perdido as eleições de 2014, é visto como o tucano que teve o melhor desempenho frente ao PT desde 2002. Sua manutenção no comando da sigla também foi vista como a possibilidade de que ele seja repetido como candidato, numa mudança de estratégia tucana. O partido não costuma insistir nas disputas com o mesmo nome, tanto que alternou-se nas eleições presidenciais com Serra (2002), Alckmin (2006), Serra novamente em 2010 e Aécio no ano passado.

Enquanto isso, Álvaro Dias já se decidiu pela saída do PSDB. Ele tenta se descolar da péssima imagem do governador do seu Estado, o tucano Beto Richa, reprovado por mais de 70% dos paranaenses. Álvaro irá para o PV e espera levar com ele outros dez congressistas, para assim ter tempo no rádio e na TV para concorrer à presidência em 2018 (leia mais aqui).

Por fora do ninho tucano, mas dentro do arco da direita, até o DEM, tradicional aliado do PSDB, deve lançar um nome. O senador Ronaldo Caiado deseja ser candidato e se articula para conseguir apoio. No início deste ano o 247 já noticiou o interesse do demista (aqui).

Dado este cenário, as próximas pesquisas de institutos como Datafolha e Ibope terão que testar tais cenários. Como ficam os números de Aécio, que na última pesquisa se manteve na dianteira, contra Lula e Marina Silva, se forem inseridos os nomes de Alckmin, Serra e Álvaro Dias? Uma coisa é certa, a direita caminha para a maior fragmentação já vista em sua história. E mesmo no cenário mais conservador, com todos principais integrantes do PSDB se mantendo onde estão (com exceção de Dias que já se decidiu pela mudança de sigla), o maior desafio do partido será buscar a (inalcançável?) unidade tucana.

Do outro lado do ringue eleitoral, Lula, a despeito das inúmeras tentativas de criminalizá-lo, se mantém forte e com densidade eleitoral suficiente para unir a esquerda e assustar qualquer adversário. Até 2018, o ex-presidente também espera contar com uma melhora da economia e da imagem do governo Dilma, para ter maior tônus na disputa eleitoral que caminha para ser ainda mais acirrada do que foi a do ano passado. Com quantos jogadores a direita irá entrar em campo?

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