Coluna do Requião Filho: A decepção dos curitibanos com a gestão devagar, quase parando

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Em sua coluna semanal, o deputado estadual Requião Filho (PMDB) fala da lentidão e da apatia da administração pública municipal de Curitiba. Com quase três anos de mandato, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) cochila, enquanto a cidade anseia por ações e soluções para os problemas que se acumulam. Leia, ouça, comente e compartilhe.

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Requião Filho*

A “calmaria” da atual gestão da capital paranaense é percebida por todos os Curitibanos.

Parece que a “nova onda” de Curitiba é ficar parado: seja nos congestionamentos ou esperando no ponto de ônibus, o curitibano está perdendo tempo. Isso sem falar que, no inicio do ano, nem com os ônibus o curitibano podia contar.

Claro que o curitibano não está de braços cruzados no ponto ou se estressando no congestionamento porque gosta. Ora! Quem está parado vendo a vida passar é a prefeitura! Sim, o que mais surpreende a população é a lentidão da própria prefeitura.

Como se não bastasse a estagnação nos últimos anos, agora a prefeitura resolveu usar como seu grande símbolo, seu mascote: a capivara. Animal típico de nossa região, conhecido por ficar parado ou nadando lentamente nos lagos de nossos parques. Alguém se identificou com a lerdeza, mas garanto não fomos nós os curitibanos.

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Isto deve mudar, Curitiba não pode mais perder tempo. Curitiba não pode mais ficar parada, Curitiba tem que andar.

Já se passaram três anos, e agora afloram poucas e tímidas obras da prefeitura: revitalização de praças, modernização de centros esportivos, nova pintura nas faixas vermelhas das ciclovias. Obras tímidas para a capital do Estado do Paraná, mas que com certeza terão ampla divulgação em breve.

Enquanto isto… os serviços essenciais (saúde, educação, transporte) estão devagar, quase parando.

O transporte público sofre com a desintegração, defasagem dos veículos, os atrasos e o preço das tarifas. Além do fantasma da greve dos ônibus, sempre ali, assombrando o trabalhador. Sabemos que o atual Governador não coopera com o prefeito, mas não podemos tirar a razão a quem diz que a Prefeitura de Curitiba se beneficiou durante muitos anos dos subsídios do Governo Estadual. A Prefeitura deve pensar em um modelo de transporte coletivo sem depender eternamente da simpatia do Governo do Estado.

Quanto a saúde, todos lembram da trágica morte da Senhora Maria da Luz na frente do Unidade de Pronto Atendimento do Fazendinha, após horas de espera. A cidade cujo a padroeira é Nossa Senhora da Luz, deixou Maria da Luz esperando.

A Educação Pública está esperando até hoje os 30% prometidos na campanha. Quantas greves os professores da rede municipal ainda terão que fazer para garantir o respeito as condições mínimas de seu nobre trabalho?

E a segurança ? … não é a troco de nada que a Guarda Municipal, cansada da desvalorização, morte de colegas e crescente violência, vem promovendo “vi… nadas” em protestos.

O que todos vemos é o crescente número (e se há um número crescente visível em Curitiba é este) de moradores de rua. Moradores estes que vagam pelas noites, sem ter onde se abrigar e sofrendo no frio castigante… pois a prefeitura fechou os FAS.

Mas a prefeitura fez alguma coisa recentemente! Lançou um videogame! Um videogame para ensinar crianças a reciclar e preservar o meio ambiente, ensinados por uma simpática capivara. Convenhamos que por mais lúdico e simpático que seja, é um contra-senso: querer aprender a preservar o meio ambiente, ou seja, a natureza, nossos parques, rios, lagos, praias, campos… através de videogame? E o contato com a natureza que se quer proteger aonde está?

O meio ambiente não é virtual, Curitiba não é um videogame, curitibano não é capivara.

E finalmente quando a prefeitura resolve se movimentar… é para morder o Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba – IPMC !

*Requião Filho é advogado, deputado estadual pelo PMDB, vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná, especialista em políticas públicas.

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