Se o governador imagina que foi uma dor de cabeça a repetição da viagem para o roteiro China-Rússia, agora com direito a macaron e cafezinho na Laduré em Paris, mal ele sabe o que o espera na sua chegada.
Dois assuntos dominam a pauta no Palácio e serão apresentados a Beto assim que ele puser novamente os pés no gabinete do terceiro andar.
As intrigas e fofocas entre o terceiro e quarto andar, na passagem do cargo de Traiano para Cida Borghetti, estiveram em ebulição máxima.
Isso porque teriam descoberto quem forneceu material para a imprensa com os dados secretos da viagem, derramando leite azedo no périplo oficial.
Os marechais de campo agora vão propor a Beto que declare guerra, com todos os seus horrores, contra os infiéis.
A segunda pauta é até mais grave.
A reportagem da Carta Capital nesta semana botou em situação difícil o Secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita.
É que o diretor de combate ao crime organizado na PF do Paraná, responsável pela parte operacional e o número dois da corporação no Estado, Delegado Igor Romário, escreveu de próprio punho um organograma criminoso onde coloca em lugar de destaque, por duas vezes, o secretário Mesquita, na chamada “aranha” criminosa que estaria trabalhando contra a Lava Jato.
Como a PF passou a investigar este assunto pela sua área de “assuntos internos” em Brasília, segundo diz a matéria, já há pessoas no quarto andar do Palácio que acham que Beto deve se desfazer do Delegado Mesquita, antes que seja tarde demais.
O quarto andar também tem preocupação com respingos em Mesquita, por conta da reabertura do tema de cargos comissionados na ALEP, pela Gazeta do Povo, que pode levar a uma reedição dos Diários Secretos.
O secretário Mesquita foi o autor da “tese dos black blocks infiltrados” na manifestação dos professores de 29 de abril, quando apresentou fotos e vídeos em coletiva para a imprensa.
A tese foi lançada para salvar o pescoço de Francischini, o Batman, mas foi soterrada horas depois pelo depoimento de professores e alunos de enfermagem da UEL que comprovaram que apenas estavam produzindo remédios caseiros contra bombas de gás e pimenta.
Alguns assessores acham, no entanto, que vale a pena correr o risco, pois Mesquita é muito disciplinado e não incomoda em nada no governo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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