Fruet enfrenta manifestações de guardas e taxistas em Curitiba

sigmuc

Os guardas municipais de Curitiba iniciaram na manhã desta segunda-feira (19) uma greve por tempo indeterminado e realizaram uma grande manifestação contra a gestão do prefeito Gustavo Fruet (PDT) em frente ao paço municipal.

Eles repetiram a Vinada, um protesto bem humorado em que são preparados cachorros quentes com vinas (salsichas), com o mote “Vi… nada”. Os guardas municipais têm uma série de reivindicações, e o prefeito fez uma série de promessas, mas até agora nada. Por isso é uma “vinada”. “Vi… nada de valorização, vi… nada de secretário, vi… nada de contratação, etc.”.

O principal motivo da greve é um decreto do prefeito que altera o cálculo das escalas de trabalho reduzindo os proventos dos guardas. Eles também reclamam da falta de investimentos na estrutura da guarda e da precarização das condições de trabalho.

Durante a manifestação de hoje, no caminhão de som do Sindicato da Guarda Municipal de Curitiba, Sigmuc, além das falas dos líderes do movimento, foi tocada repetidas vezes uma gravação com promessas de campanha do prefeito Gustavo Fruet.

Um grupo de taxistas engrossou o movimento da GM. Eles protestavam contra a violência e contra o que eles chamam de excessos na fiscalização por parte da Urbs.

Economia

Na sexta-feira (16) a desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), proibiu os guardas municipais de realizarem a greve.  A Juíza estipulou multa diária de R$ 7 mil ao Sigmug, a pedido da Procuradoria Geral do Município. Mas o Sindicato ainda não foi notificado da decisão.

Mesmo assim, o Sigmug programou uma assembleia geral da categoria para a tarde de hoje, com o objetivo de deliberar sobre os rumos do movimento. O Sindicato também está distribuindo uma carta aberta explicando em detalhes os motivos da greve.

Carta aberta à População, estamos em greve porque: 

“Um prefeito deve honrar os compromissos assumidos”  Gustavo Fruet

Após três anos da atual gestão no poder, a Guarda Municipal de Curitiba vem sofrendo um gradativo processo de sucateamento e precarização das condições de trabalho imposta aos guardas municipais de nossa cidade.

Nos anos de 2012 e 2013, a Guarda Municipal de Curitiba contava com um efetivo de mais de 1700 integrantes e em cada regional existiam em média cinco viaturas (automóvel) para atender a população, sem contar as caminhonetes do Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal – GOE e as mais de 80 bicicletas que eram destinadas ao trabalho da Ciclo-Patrulha.

De lá para cá, muita coisa mudou… Neste período o efetivo diminuiu em cerca de 300 integrantes, número que aumenta dia após dia, devido a aposentadorias e exonerações. Hoje, cada regional conta com apenas duas viaturas para atender todos os bairros de sua abrangência.

As caminhonetes do Grupo de Operações foram recolhidas devido ao tempo de uso e nenhuma outra foi adquirida para substituição. Das 80 bicicletas da ciclo patrulha menos de 10 estão em uso, as outras viraram sucata amontoada no fundo do Prédio que abriga a sede da Guarda Municipal, localizada na esquina do Passeio Público, na Rua Presidente Farias 451. Este prédio, abriga o Centro de Operações da Guarda (Sala de Radiocomunicação), local que possui mobiliário velho, cadeiras quebradas, SENDO FOCO INCLUSIVE DE rigorosa fiscalização do Ministério Público do Trabalho, o qual instaurou inquérito civil contra a prefeitura.

O equipamento de radiocomunicação recém adquiridos pela Administração, não funciona direito e não foi contratado serviço de manutenção do sistema, o que causa grandes problemas no funcionamento das comunicações da Guarda Municipal.

Se não bastasse a precarização das condições de trabalho, o Prefeito, de forma unilateral, sem negociação ou diálogo com a representação sindical da categoria, promoveu alterações na metodologia das escalas de trabalho da Guarda Municipal, por meio da edição do Decreto nº 888/2015, o que promoverá diminuição significativa na remuneração global dos vencimentos dos guardas municipais.

A mudança é tão cruel, que só será sentida pelos guardas municipais as vésperas do Natal.

Com a mudança do cálculo, o prejuízo financeiro dos guardas municipais será de no mínimo R$ 400,00.

Em nota a Administração Municipal, tenta vender um engodo a população, alegando que a implantação do novo plano de cargos e salários, promoveu ganhos salariais de até 60% e perspectivas de crescimento na carreira.

O que ocorre, é que o Plano de Cargos não foi implantado de forma integral, pois os crescimentos previstos para este não, não vieram, pois foram cortados pela Administração. E o impacto financeiro do Plano de Carreira, principalmente para os guardas municipais com menos tempo de carreira, foram engolidos pela mudança no cálculo das escalas, ou seja, o prefeito “deu com uma mão e tirou com as duas mãos”. Abaixo, seguem contracheques que comprovam os fatos.

contracheques

O auxílio refeição proposto pela Administração, além de não atingir toda a corporação, seria uma espécie de compensação, um “cala a boca” pelos prejuízos causados, no valor de R$ 200,00 mês, ou seja, os Guardas Municipais que conseguirem receber o Auxílio refeição, mesmo assim, terão que arcar com um prejuízo de R$ 200,00.

A categoria não aceitou a proposta “cala a boca “da Prefeitura, por entender que quem causou o problema foi a própria Administração, ao impor de forma desesperada uma manobra visando economizar recursos as custas do suor dos trabalhadores da guarda municipal que tanto se dedicam a segurança dos curitibanos.

Os Guardas Municipais cobram ainda, os compromissos firmados pelo Prefeito que até agora não saíram do papel, como: Academia da Guarda Municipal, módulos da Guarda em todos os bairros da cidade, dobrar o efetivo da guarda municipal, isenção tarifária no transporte coletivo sem o uso do uniforme, corregedoria independente e autônoma, equiparação do vencimento base do Guarda Municipal com o vencimento inicial da PM.

A categoria da Guarda Municipal, reafirma o compromisso com a população curitibana, inclusive garantindo o efetivo mínimo de serviço, pois entende que as medidas adotadas pela atual gestão, além de causar prejuízos ao integrantes da carreira provoca prejuízo ainda maior, para a população de Curitiba, que sofrerá com a diminuição do número de Guardas municipais em toda a Cidade.

Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba

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