Marcelo Araújo*
Na semana passada, o assédio moral e sexual deixaram discussões de tarifa e qualidade do transporte na coadjuvância entre as artes praticadas na Urbs.
A empresa não se manifesta publicamente sob o argumento da concessão do segredo de justiça do caso. O segredo de justiça busca principalmente proteger a fragilidade do ofendido diante da opinião pública, e no processo foi pedido do Ministério Público.
Ao perceber que tal condição protegia mais o ofensor que os ofendidos o MPT entendeu desnecessário, e foi então que o ofensor (Urbs) pediu sua manutenção, colocando em xeque os princípios de publicidade e transparência que devem reger a administração pública.
Mas, apesar de não ser mais segredo pra ninguém, não falaremos do processo propriamente, que é o que está sob sigilo. Como as demissões não são objeto do processo por serem posteriores a ele, falamos diretamente com os demitidos:
Pergunta: É verdade que você foi demitido logo após a Urbs ter recebido uma ordem judicial para parar de te assediar ?
Resposta – Advogado 1: “Fui intimado pelo Ministério Público para ser testemunha em um processo que trata de diversos casos de assédio moral e sexual ocorridos na Urbs. O Ministério Público reconheceu que o assédio existiu e ajuizou Ação Civil Pública para corrigir a situação. O Juiz se convenceu que havia realmente o assédio e deu uma liminar para que a Urbs parasse de assediar, que foi recebida pela empresa em 22/09/2015. Um dia depois, em 23/09/2015, fui demitido por justa causa, em nítida retaliação”
Pergunta: Devo entender que quem é assediado e não aceita isso sofre retaliações na Urbs?
Resposta – Advogado 2: Sim, quiseram mostrar o que acontece com quem depõe no MPT, até mesmo para intimidar outros assediados, um desrespeito ao Ministério Público e aos funcionários, que tem que aceitar o assédio quietos, pois caso contrário são demitidos, ainda que instituições como o Ministério Público e a Justiça do Trabalho reconheçam isso.assediados.
Pergunta: E quanto ao caso de assédio sexual? Sua indignação pode ser entendida como lesbofobia, vez que partiu de uma mulher para outra mulher?
Resposta: Advogada 3: “O caso de assédio sexual foi levado ao Gestor Jurídico à época que nada fez, porque é amigo íntimo da pessoa que me assediou. Soube que até mesmo após eles terem pago a indenização por assédio sexual, ela não foi investigada, mas sim promovida. Minha indignação não é movida pelo preconceito e sim pela coação insistente e falta de respeito”
Nosso prefeito na condição de parlamentar sempre se mostrou forte e digno, mas na cadeira executiva mostra sua submissão, covardia e omissão. E pelo tom da conversa com esses personagens nesse balaio está cheio de gato preto. Aguardo que outros se encorajem a falar. Sou todo ouvidos!!!
De multa eu entendo!
*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas terças-feiras para o Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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