Coluna do Bruno Meirinho: Por uma ‘Cidade sem catracas’

Bruno Meirinho*

No último dia 20 de outubro, anunciei ao Partido Socialismo e Liberdade minha pré-candidatura a prefeito de Curitiba, função pela qual concorri nas eleições de 2008 e 2012.

Desde 2008, com nossa campanha “Curitiba sem catracas”, temos apresentado nossa tese sobre a cidade. Criticamos o mito da cidade modelo e denunciamos a segregação, como em 2012, inspirados por Caetano Veloso e Maiakovski, em que nossa campanha anunciava: “Gente é pra brilhar”.

Em todas as campanhas, lançamos também vereadoras e vereadores, com o objetivo de conquistar um espaço na câmara municipal, que ainda não tem um representante do PSOL. Estamos confiantes que no ano de 2016 poderemos conseguir esse resultado.

Sinto que todo esse processo tem sido um grande aprendizado para o nosso partido. As campanhas representam um esforço muito grande de toda militância, mas que todos nós assumimos com grande disposição.

Pretendemos que nossas campanhas representem não apenas a opinião dos membros do PSOL, mas também o pensamento das diversas pessoas que se identificam com as ideias da esquerda. Afinal, sabemos que as alternativas de candidaturas à esquerda são escassas, especialmente quando outros partidos que defendem ideais de esquerda coligam-se com partidos da direita, sem qualquer programa.

Economia

Nas eleições que participamos, construímos humildemente um programa para a cidade. Com esse programa, pretendemos colocar em prática políticas públicas que possam construir uma cidade mais justa e solidária.

Desprivatizar a cidade pode ser a atitude mais importante a ser tomada em uma prefeitura socialista. Hoje, somos reféns dos empresários do transporte, das empresas concessionárias dos serviços públicos, do mercado imobiliário e dos proprietários de terras, dos bancos, e, até mesmo, do excesso de carros.

Uma cidade privatizada, como a cidade de Curitiba, é uma cidade hostil, pois perdeu o maior valor do espaço urbano: ser o cenário do encontro. Nosso programa é desprivatizar a cidade e, para isso, é fundamental que haja ampla participação popular. Por meio da participação, as pessoas podem ser aquilo que elas realmente são, afastando a influência do poder econômico.

Por tudo isso, eu pretendo me candidatar a prefeito de Curitiba nas eleições de 2016. Por ora, sou pré-candidato, aguardando a decisão do partido. Reflito sobre Paulo Leminski: “Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é, ainda vai nos levar além”.

*Bruno Meirinho é advogado, foi candidato a prefeito de Curitiba. É o coordenador local da Fundação Lauro Campos, instituição de formação política do PSOL. Ele escreve no Blog do Esmael às sextas-feiras sobre “Luta e Esperança”.

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