Em tempo de Lava Jato, a sociedade brasileira marcha rumo à barbárie

lula_midiaOs brasileiros correm risco de perder a perspectiva e ingressar numa espécie de limbo social. A sociedade como um todo sofre ameaça concreta de transformam-se, como define a sociologia marxista, numa sociedade de lúmpens. Em tempo de Lava Jato e de criminalização da atividade política, “todos os políticos são iguais e a corrupção não tem fim”. É o maldito senso comum exacerbado seletivamente pela velha mídia que corrobora essa trágica conjuntura.

O lumpesinato é carente de consciência política e é uma camada social que vive na miséria extrema, inclusive intelectual. Sem rumo, degenera-se para se sustentar e é facilmente manipulado pelos meios de comunicação social porque não enxerga o horizonte na organização coletiva. Nesse ambiente, vale aquela antiga máxima com pitadas do individualismo peculiar no capitalismo selvagem: “Se ele rouba, eu também posso roubar; tenho que me dar bem, custe o que custar”.

Ao lumpesinato do século XXI adere jornalistas, advogados, juízes, políticos, empresários, enfim, a numerosa classe média influenciada pelos estertores oferecidos pelos barões da velha mídia.

A falta de oxigênio no cérebro dificulta o raciocínio coletivo, portanto, nos aproxima muito da “barbárie social”.

A abertura de investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por “tráfico de influência internacional” é mais um capítulo dessa criminalização da política, que reforça essa percepção de caminhada acelerada rumo ao lumpesinato e à barbárie. A falta de perspectiva transforma todos em potenciais lúmpens.

O ódio de classe de setores da elite brasileira converte a disputa pelo poder central numa guerra de babuínos, sem quartel, mas com uma característica importante: o cuidado com a preservação da espécie Ramphastidae (tucano).

Economia

Além de Lula, entraram na mira da Lava Jato senadores e deputados, dentre os quais os presidentes do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Temporariamente Cunha rouba a cena (não é trocadilho), mas o alvo principal é Lula. O objetivo é tirar o ex-presidente petista da disputa eleitoral de 2018, haja vista, segundo o Ibope, ele ser favorito para ganhar a corrida pelo Palácio do Planalto no primeiro turno — a despeito dos ataques que vem sofrendo diuturnamente.

O Ministério Público Federal pode ter aberto as portas do inferno ao arrombar as entranhas da República, pois o ex-presidente Lula tem base social. Ele tem apoio do PT, de partidos aliados, e parcela importante do eleitorado podendo, como dito antes, vencer 2018 já no primeiro turno.

Por fim, o judiciário não pode servir de trampolim para as ambições do PSDB sob pena de pagar muito caro num futuro muito próximo.

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