O deputado Ademar Traiano, presidente da Assembleia e do PSDB, esperou o último dia antes do recesso para anunciar que arquivaria todos os três pedidos de impeachment do governador e correligionário Beto Richa. Ninguém esperava atitude diferente do parlamentar tucano.
Os pedidos de impeachment tinham como base a responsabilização de Beto Richa pelo massacre de professores e servidores públicos, no dia 29 de abril, durante manifestação contra o confisco da poupança previdenciária que foi votada pela Assembleia.
Traiano alegou que os pedidos para abertura de processo eram “inconsistentes” e por isso foram arquivados. Com a decisão, ele isentou o governador de qualquer responsabilidade naquele covarde episódio.
Relembre o massacre:
A primeira solicitação de impeachment rejeitada foi protocolada por Ricardo Silveira Pinto. Segundo o presidente da Assembleia, faltou documento que provocasse a “quitação eleitoral” do denunciante.
O segundo pedido, formulado pelo advogado Tarso Cabral Violin e um grupo de juristas levou bomba porque, de acordo com Traiano, não tinha “inconsistência” documental, a exemplo do primeiro gongado, pois, segundo a Assembleia, “careceria de indícios e de elementos probatórios”.
O terceiro pedido de impeachment a bater na trave foi formulado pelo deputado Requião Filho (PMDB). De acordo como presidente da Assembleia, não foi acatado “por ausência, novamente, de indícios e elementos probatórios”.
Na contramão da Assembleia, o Ministério Público do Paraná denunciou Beto Richa à Justiça no último dia 29 de junho. Além do governador, os promotores ajuizaram ação contra o ex-secretário da Segurança Pública, Fernando Francischini, e o ex-comandante da Polícia Militar, César Kogut. Também são requeridos na ação o ex-subcomandante da PM Nerino Mariano de Brito, o coronel Arildo Luís Dias e o tenente-coronel Hudson Leôncio Teixeira.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.