Deputados da “Bancada do Camburão” passam perrengue no interior Paraná

richa_camburaoOs deputados que dão sustentação ao governo de Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa, membros da chamada “Bancada do Camburão”, estão sendo literalmente caçados pelos municípios do interior do Paraná. Eles são hostilizados quando vistos em público e muitos deles, para evitar constrangimentos, evitam grandes eventos a inocentes idas até uma padaria.

Em Umuarama, Noroeste do estado, o deputado Fernando Scanavaca (PDT) não compareceu às festividades de aniversário do município. Se fosse, o parlamentar seria recepcionado por uma comitiva de professores. “Covardão”, escreveu a dirigente da APP-Sindicato na região.

A mesma sorte não teve o deputado licenciado e secretário do Desenvolvimento Urbano (SEDU), Ratinho Júnior, comandante-em-chefe do PSC – partido que tem a maior bancada na Assembleia com 12 parlamentares. Ontem, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, ele foi alvo de manifestação de servidores e professores das escolas e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

A bancada do PSC havia “fechado questão” pelo reajuste de 8,17% ao servidores do executivo, mas na votação da semana passada voltou atrás. A numerosa bancada a favor do governo fez diferença no resultado apertado de 27 votos a 20 contra a reposição inflacionária. Por isso esta derrota dos professores, em plenário, foi debitada na conta de Ratinho Júnior.

Neste sábado (27), também se deu mal o líder do governo Luiz Cláudio Romanelli (PMDB). O deputado almoçava no restaurante Molinis, em Jacarezinho, Norte Pioneiro, quando foi abordado pela professora Ingrid Michelleto. Ela relatou nas redes sociais que, educadamente, se dirigiu à mesa de Romanelli para agradecê-lo pelo reajuste de 3%. “Agradeceremos melhor nas urnas”, avisou.

O próprio governador Beto Richa também passou um perrengue danado nesta sexta-feira, em Foz do Iguaçu, quando participava do 6º Fórum Mundial de Meio Ambiente organizado pelos ricaços da Lide – empresa de eventos de João Doria. O tucano ficou sitiado no Hotel Mabu por 500 educadores que ali protestavam. Foi preciso sair pela porta dos fundos.

Economia

O problema é que os 54 deputados ainda não conseguiram “deputar” nesta legislatura. Sequer conseguem ir à esquina ou testar a popularidade nas festas de São João. Estão recolhidos, temendo a fúria da população que desaprova o bullying e o massacre político e econômico impostos aos professores e servidores públicos do estado. Esses parlamentares podem se transformar em peso morto nas eleições de 2016 e daí, em 2018, podem dançar na própria reeleição. Eis a conta que eles começam a fazer.

No índex de professores e servidores tem 30 deputados governistas, da famosa Bancada do Camburão, que continuarão sendo caçado pelos manifestantes até outubro de 2018. É a promessa dos sindicatos das categorias massacradas pela submissa Assembleia.

Comments are closed.