Em protesto contra massacre de Richa, UGT cancela festa do 1º de Maio

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O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Paulo Rossi, em solidariedade aos professores massacrados na quarta-feira (29), cancelou festa do 1º de Maio que ocorreria hoje no Centro Cívico, em Curitiba, em parceria com o governo Beto Richa (PSDB).

Ao Blog do Esmael, o dirigente da UGT condenou a ação policial que resultou em mais de 200 feridos no massacre do Centro Cívico – transformado em praça de guerra pelo governo Richa.

A central UGT funciona como uma espécie de braço sindical do PSD, partido que faz parte da base de sustentação do governo tucano no estado. A agremiação também agasalha o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra.

O massacre dos professores repercutiu internacionalmente e mereceu repúdio de todos os democratas brasileiros, bem como de entidades dos direitos humanos e civis.

A seguir, leia a íntegra do artigo de Paulo Rossi sobre o Dia do Trabalhador:

Economia

Um dia de reflexão para a classe trabalhadora

A OIT – Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é país membro, define o Trabalho Decente como sendo: “Um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna”.

Desta forma, a UGT – União Geral dos Trabalhadores acredita que o Trabalho Decente é uma das condições fundamentais para a erradicação da pobreza, acabando com as desigualdades sociais, promovendo o equilíbrio nas relações modernas de produtividade e da comercialização de bens de consumo e serviços e garantindo o estado democrático.

Mas, para alcançarmos os valores sociais preconizados pela OIT, a UGT vem promovendo uma ampla discussão nacional, levando às categorias profissionais a importância da manutenção de uma Agenda Sindical dos Trabalhadores. É na esfera do poder legislativo municipal, estadual e federal onde são criadas as Leis que interferem diretamente na vida da população brasileira. Portanto, é nesse cenário político que a UGT e seus sindicatos filiados firmam suas bandeiras de lutas, como por exemplo:

* Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;

* Salário digno para trabalhadores e aposentados;

* Igualdade de salário para homens e mulheres;

* Fim do fator previdenciário que penaliza os aposentados e aposentadas;

* Ratificação das convenções da OIT que trata dos direitos dos servidores públicos (151) e demissão imotivada (158);

* Redução dos juros e a devida correção do Imposto de Renda;

* Investimentos reais na saúde, educação, segurança, transporte e moradia;

* Redução dos juros abusivos dos cartões de crédito;

* Reforma tributária e fiscal.

Essas são algumas das bandeiras de luta que a UGT considera prioridade para os trabalhadores. Mas, para que haja mudanças de fato, é preciso uma grande união de sindicatos e centrais sindicais para exercer uma vigilância constante no poder legislativo e executivo.

Por isso, a UGT convoca os trabalhadores e trabalhadoras a uma reflexão: Qual nosso real papel em nossa comunidade, no nosso bairro, no trabalho, em nossa cidade, no estado e no país? Seremos sempre oprimidos pelo sistema capitalista?

É hora de dar um basta! Trabalhadores e Trabalhadoras do campo e da cidade unidos por um Brasil mais digno e mais justo.

Em tempo: É inadmissível ações de truculência contra os servidores públicos como as que aconteceram no dia 29/4, em Curitiba. A UGT, como uma central sindical cidadã, ética e inovadora, defende o Estado Democrático de Direito e espera que o bom senso volte a prevalecer entre as partes.

Sem motivos para comemorar o 1º de maio, peço para refletirmos: Que país queremos no futuro?

*Paulo Rossi, presidente da UGT-PARANÁ. É também presidente do Sineepres, diretor de Relações Internacionais da Fenascon e diretor de Relações Sindicais da Feaconspar.

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