O deputado estadual Ney Leprevost foi reconduzido ontem (12) à noite, por mais três anos, à presidência do PSD de Curitiba. O partido o aclamou duas semanas após a tumultuada sessão da Assembleia, no dia 29 de abril, que aprovou o confisco da previdência dos servidores enquanto ocorria o massacre dos professores. Naquela fatídica tarde de cães e bombas, o parlamentar xingou o governador Beto Richa (PSDB) de “bandido” e “covarde” (relembre) — sinalizando rompimento oficial com o Palácio Iguaçu.
Os mais de 300 convencionais do PSD foram surpreendidos pela presença do deputado licenciado Ratinho Júnior, chefe do PSC, que é secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano (SEDU).
A comparência do roedor no evento do “oposicionista” e baluarte da luta dos professores deu-se no mesmo dia em que veio à tona que a RPC TV — concorrente da Rede Massa — recebeu mais dinheiro de propaganda para o governo do PSDB defender o confisco da poupança previdenciária.
Será que a fidelidade canina da Rede Massa não foi reconhecida e recompensada à altura pelo Palácio Iguaçu?
Ney Leprevost rompeu com Richa e é pré-candidato à Prefeitura de Curitiba em 2016. Será que Ratinho Júnior também ensaia pular fora do barco do tucano, haja vista, segundo os bastidores da Assembleia, que o governador não costuma cumprir acordos políticos com aliados?
Ratinho Júnior se diz candidato à sucessão de Beto Richa, em 2018, mas, de acordo com seus estrategistas, precisa ganhar Curitiba. Para isso, sugerem, o moço do PSC precisaria romper com o governador, a exemplo de Leprevost, mostrar arrependimento, e fazer penitência para reconciliar com os eleitores paranaenses.
Os correligionários do roedor até apontam o primeiro passo: liberar a numerosa bancada do PSC para assinar a instalação da CPI da Corrupção.
Enfim, o cenário político do Paraná está muito sujeito a chuvas e trovoadas. Ou melhor: a tempestades.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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