“Vamos resistir aos ataques de Richa com a greve na educação”

Em artigo especial para o Blog do Esmael, Professor Paixão analisa o descaso, os calotes na a educação do Paraná e a proposta do governo Beto Richa (PSDB) de destruição dos planos de carreira dos professores e funcionários. Ele defende que a categoria inicie uma greve por tempo indeterminado já no dia 09 de fevereiro. A decisão final será tomada neste sábado, na assembleia Estadual da APP-Sindicato. Abaixo, leia o texto.
Em artigo especial para o Blog do Esmael, Professor Paixão analisa o descaso, os calotes na a educação do Paraná e a proposta do governo Beto Richa (PSDB) de destruição dos planos de carreira dos professores e funcionários. Ele defende que a categoria inicie uma greve por tempo indeterminado já no dia 09 de fevereiro. A decisão final será tomada neste sábado, na assembleia Estadual da APP-Sindicato. Abaixo, leia o texto.
Professor Paixão*

Um das coisas mais doloridas para um professor(a) ou um funcionário(a) é iniciar o ano letivo realizando uma greve. Isto está muito próximo de acontecer aqui no Paraná. As medidas tomadas pelo governador Beto Richa e sua equipe estão nos levando para esta atitude extrema. A educação do Paraná atravessa um verdadeiro caos. O governo, no afã de administrar uma crise financeira, criada por ele mesmo, desorganizou as escolas, atrasou repasses financeiros, diminui a oferta e cortou pesadamente o número de funcionários e pedagogos. Com isto, a maioria das escolas está sem estrutura física e de pessoal adequadas para recepcionar nossos jovens e adolescentes.

Se já não bastasse isto, o governo do Paraná feriu com duro golpes a alma e a motivação daqueles que são a mola de qualquer política educacional, os professores e funcionários de escolas. Um(a) professor(a) com a alma ferida, desmotivado é um simples e burocrático professor(a). Um(a) professor(a) valorizado(a), é um agente do conhecimento, da esperança. Plantará cotidianamente as sementes do futuro das novas gerações.

No final de 2014, a toque de caixa, com o seu rolo compressor na Assembleia Legislativa, o governo atacou uma conquista histórica, as eleições para diretores de escolas, e imputou uma redução nos parcos vencimentos de nossos educadores e educadoras aposentados. Iniciamos 2015, com menos professores, pedagogos e menos funcionários de escolas. Avanços de carreira não pagos, atrasos de salários de parte da categoria, calotes no 1/3 de férias e nos valores das rescisões dos professores PSS. Um calote de mais de 300 milhões. Os PSSs que tiveram o contrato rompido em dezembro, até agora, não sabem quando vão receber. Muitos destes, que se dedicaram durante todo o ano à  educação, já não têm dinheiro para custear a sua própria alimentação cotidiana.

Destruição das carreiras

A impressão que se tem, é que o governo do Paraná elegeu a área da educação como a grande responsável pela crise financeira que o estado atravessa. Assim, sem nenhum remorso, quase como uma vingança, apresenta medidas de cortes na oferta da educação e nos direitos da categoria.

Economia

Se alguém tinha alguma expectativa de que a educação seria valorizada neste segundo mandato de Richa, estas terminaram na tarde de ontem (04/02), quando foi lida a Mensagem 01/2015, enviada pelo governador à  assembleia Legislativa. Em Regime de Urgência o governo pretende destruir os planos de carreiras de professores e funcionários, ambos conquistados em anos de luta. A Mensagem prevê a limitação dos avanços de carreira, mudanças na nossa aposentadoria, achatamento de tabela salarial, a suspensão do adicional por tempo de serviço, restrição e congelamento do valor do auxílio-transporte; e pior, cria um mecanismo artificial para driblar o reajuste de 13% previsto na Lei Nacional do Piso do Professor.

O governo do Paraná está indo na contramão da história. Enquanto há um esforço no país para recuperar o reconhecimento social e profissional dos educadores, aqui, prefere realizar um ataque sem precedentes a nossas carreiras. Enquanto isto, os salários do governador, secretários, deputados, juízes sobem em um passe de mágica. E estes, ou melhor, a sua maioria, na estatura dos seus valiosos cargos, sem nenhum remorso irão aplaudir uma possível vitória contra os professores e funcionários de escolas. Se o governo vencer esta batalha, perdemos todos nós. Perde a sociedade. Como diria Machado de Assis, ao vencedor as batatas!.

Na semana que vem, o governo vai tentar, de todas as formas aprovar o pacote de maldades na Assembleia Legislativa. Não temos escolhas. Nossa única opção é resistir. E neste momento, a resistência tem um nome: GREVE.

Sábado (07/02), em Guarapuava, na Assembleia Estadual da APP tomaremos uma decisão coletiva. Nós que integramos a corrente de pensamento da categoria organizada em todo estado – APP Independente, democrática e de luta – vamos defender a greve já para a primeira semana de aula, ou seja, dia 09 de fevereiro.

Em virtude da gravidade da situação, em que direitos históricos da categoria estão sendo jogados fora pelo governo do Estado, acreditamos que deva ser este o posicionamento da maioria das lideranças das escolas do Paraná. Tomada a decisão, seja a qual for, estaremos nesta nobre batalha em defesa da nossa profissão.

Aproveito para fazer aqui um apelo à s demais categorias de servidores públicos que também estão sendo atacadas pelas perversas medidas do governo. à‰ hora de construirmos uma greve geral do funcionalismo.

Professores(a) e funcionários (as) e demais servidores públicos do Paraná. A unidade na ação é a nossa maior força! Vamos à  luta!

*Luiz Carlos Paixão da Rocha é professor da rede estadual de educação do Paraná.

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