Bolsa-Imprensa x Bolsa-Família: Verdades & mitos pós-eleição e regulação da mídia no Brasil

bolsa_imprensa_bolsa_familia.jpgDurante a campanha presidencial deste ano deparamos com mitos e verdades, que, à  medida que o evento fica para trás e despimo-nos daquelas paixões eleitorais, fica mais fácil analisarmos friamente o que se passou e projetarmos o nosso futuro.

O primeiro mito a ser desfeito diz respeito à  concessão do programa Bolsa-Família criado para apoiar as famílias mais pobres e garantir a elas o direito à  alimentação e o acesso à  educação e à  saúde. Segundo a Caixa Econômica Federal, mais de 13 milhões de famílias são atendidas em todo o país. Cerca de 50 milhões de brasileiros são acudidos por essa política pública.

O Bolsa-Família significou a transferência de R$ 25 bi à s famílias em situação de risco, mas a economia brasileira obteve como retorno R$ 45 bi adicionados ao Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Agora vamos ao “Bolsa-Imprensa”. Durante a campanha eleitoral no Paraná, para termos uma ideia, falou-se que o governo Beto Richa (PSDB) torrou R$ 600 milhões com propaganda. Desses recursos nada voltou à  economia, pelo contrário, pois profissionais da imprensa local foram e ainda estão sendo demitidos pelas empresas de comunicação.

No governo Dilma Rousseff (PT) também não fugiu à  regra quando o assunto é gastança em propaganda. Meia dúzia de barões da mídia abiscoitaram R$ 2,3 bilhões da União somente no ano de 2013. Mesmo com essa dinheirama, que não produziu um prego, as empresas da velha mídia igualmente demitem cada vez mais profissionais, mas seus donos não abrem mão de nababescas férias e compras em Miami (EUA).

O que chama a atenção é que a mídia faz um combate sem trégua aos beneficiários do Bolsa-Família, atribuindo-lhes a identidade de nordestinos e omitindo que a maior parte dos que usufruem do programa moram na região Sudeste do país. Ou seja, os donos dos veículos de comunicação prestam um desserviço à  Nação quando estimulam o preconceito e a xenofobia.

Economia

Paralelamente, a imprensa esconde que ela mama secularmente nas tetas públicas das três esferas governamentais: municipal, estadual e federal. Ela bate covardemente nos mais pobres para não dividir os recursos públicos com quem realmente precisa de Estado.

A mídia brasileira vive das subvenções do poder público, logo seu DNA é governista e chapa-branca. Sem que o leitor/telespectador/ouvinte saiba, as empresas de comunicação são na prática “estatais” cujos lucros são de propriedade privada. O erário paga para meia dúzia enriquecer e cagar regra! sobre liberalismo econômico para a sociedade.

Lembrando recente debate no blog Diário do Centro do Mundo, esses empresários da comunicação querem capitalismo sem risco. Eles defendem a livre concorrência para os outros, não para si próprios, haja vista só sobreviverem na aba do dinheiro público.

A regulação da mídia é uma medida capitalista. Se aprovada seria um choque de capitalismo no capitalismo. Não se trataria de nenhuma medida comunista ou bolivariana como quer nos fazer crer a velha mídia (e têm muitos incautos que caem nessa como se fossem franguinhos).

A pretendida regulação da mídia é uma regulação econômica, contra o monopólio, a propriedade cruzada, jamais controle de conteúdo.

Ao quebrar a concentração da propriedade — vide o caso do grupo RPC no Paraná que é dono de emissoras de TV e rádios, jornais, portais, etc. — privilegiar-se-á mais a empregabilidade de profissionais e estimular-se-á mais a produção cultural regional.

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