do Brasil 247
Fechada em copas, ainda, a respeito dos nomes que pretende escalar para o ministério no seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff começa a enfrentar um efeito colateral em sua estratégia de mistério e ganho de tempo. O PT, na expressão de senadores e deputados federais, está à s escuras. Não há certeza sobre quem sai, quem fica, quem entra e quem vai sobrar. Essa indefinição tem pressionado o comando do partido a pedir mais pressa à presidente que, no entanto, já avisou que seria preciso esperar pela segunda quinzena de novembro.
A vaga mais importante, de ministro da Fazenda, permanece completamente aberta, o que paralisa a definição de praticamente todas as outras. O nome que Dilma escolher para o comando da economia vai definir o perfil de sua equipe, se mais ao centro ou com viés mais acentuado à esquerda, como preferem muitos setores petistas. O próprio ex-presidente Lula tem defendido junto a Dilma uma aceleração no processo de escolhas, mas, até agora, não tem tido sucesso nesse intento.
A presidente tem seus motivos para aguardar e não abrir opções. Ela está conversando com os partidos aliados, mas não obtém segurança ainda sobre quem vai compor e qual será o tamanho de sua base no Congresso. Além disso, Dilma sabe que até as águas do Lago Sul, em Brasília, não guardam segredos. Por isso reduziu ao máximo seu número de confidentes. O que se mostra positivo para ela, para o PT vai significando um limite de jornada no ambiente de mínima nitidez. Três semanas depois do resultado das eleições, a palavra que mais se escuta entre os petistas ainda é ‘mistério’.