Passando da metade de campanha neste segundo turno das eleições presidenciais, a dez dias das eleições, o quadro está indefinido, com os candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) aparecendo empatados nas principais pesquisas. Fica difícil estabelecer qualquer previsão mais definitiva, nesta que já é a disputa mais equilibrada desde o final da ditadura militar.
Mas alguns elementos identificados nos números das pesquisas e nos acontecimentos que embalam o debate eleitoral seriam de vantagem para a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff.
A chuva de denúncias promovida pelo vazamento seletivo dos depoimentos do caso de corrupção no Petrobrás foi amplamente divulgada pela mídia, com referências diretas ao partido da presidenta. Além disso, a terceira colocada no primeiro turno declarou apoio e voto em Aécio Neves. Mesmo com essas duas péssimas notícias, Dilma não sofreu queda nas pesquisas e isso demostraria uma resistência e uma cristalização de votos que seu adversário muito provavelmente não tem.
Para completar, entre os eleitores indecisos, a tendência de decidirem pela candidata petista seria o dobro da tendência tucana, pela característica socioeconômica do segmento, que é menos escolarizado e predominantemente feminino.
Portanto, os analistas políticos das mais diversas matizes estão apostando suas fichas numa virada e num crescimento mais consistente de Dilma nesses últimos dias. Mas quem acompanha as eleições sabe muito bem que grandes surpresas ainda podem surgir no horizonte, principalmente da velha mídia, que nem faz mais questão de camuflar sua preferência.