O vereador e ex-prefeito de Londrina Gérson Araújo (PSDB) é investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por suposto favorecimento à construtora Iguaçu do Brasil, suspeita de ter aplicado um golpe milionário na cidade. O vereador e o ex-chefe de gabinete William Polaquini Godoy estiveram na sede do Ministério Público na tarde de segunda-feira (22) para prestar depoimento.
Gérson Araújo coordena a campanha do governador-candidato Beto Richa (PSDB) em Londrina e não é o primeiro dos seus generais a se envolver em falcatruas. O Blog do Esmael noticiou em agosto a prisão do Prefeito de Terra Rica, Mi Molina, que coordenava a campanha de Richa no Noroeste Paranaense.
Sobre o caso de Araújo, o delegado do Gaeco, Ernandes Cézar Alves, explicou que o dono de um terreno, localizado na Avenida Henrique Mansano !“ em frente ao Estádio do Café !“ teria sofrido uma suposta pressão política para que a área fosse negociada com a construtora. Segundo os relatos da suposta vítima, a negociação da venda do terreno para a Iguaçu do Brasil estaria avançada quando foi procurado por Godoy.
O fato teria ocorrido quando Gérson Araújo assumiu o cargo de prefeito de Londrina, após a cassação de Barbosa Neto (PDT) e a prisão seguida de renúncia de Joaquim José Ribeiro (sem partido) em 2012.
Ele [William Godoy] teria entrado em contato para informar que a Prefeitura tinha interesse em desapropriar o terreno. Por conta dessa informação, ele rapidamente fechou negócio com a Iguaçu do Brasil. Nossas investigações seguem no sentido de apurar se esse interesse na desapropriação era legítimo ou se isso foi feito para que a venda do imóvel ocorresse de maneira mais rápida!, explicou o delegado.
O primeiro contato do ex-chefe de gabinete, de acordo com o delegado, foi feito junto aos antigos proprietários do terreno em 23 de novembro de 2012. Poucos dias depois, em 5 de dezembro do mesmo ano, o imóvel foi vendido para a Iguaçu do Brasil. Como o dinheiro prometido não foi pago em sua totalidade, as vítimas procuraram o Gaeco. “O terreno fez parte, efetivamente, do golpe aplicado pela construtora em Londrina”, afirmou o delegado.
Alves não deu detalhes sobre o depoimento dos investigados, mas revelou que Araújo e Godoy negaram qualquer tipo de relação com a construtora. Além disso, o delegado tomou conhecimento de um requerimento assinado pelo vereador sugerindo ao prefeito Alexandre Kireeff (PSD) que solicitasse a desapropriação da área. O documento, porém, não foi protocolado !“ o que teria impedido a tramitação normal do pedido.
via Jornal de Londrina, com adendos.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Comments are closed.